No programa JR Entrevista

Wesley Cardia: “Brasileiro é apostador e com sites licenciados, ele terá a proteção que precisa”

11-08-2023
Tempo de leitura 2:12 min

O presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Wesley Cardia, esteve no programa JR Entrevista, do R7, quando afirmou que “o brasileiro é um apostador” e que a regulamentação trará segurança a ele.

Sobre a taxação de 18% sobre o GGR, Cardia afirmou que esse imposto é específico para o setor, “além de outros tributos, o que eleva a carga para cerca de 35,5%, que inviabiliza qualquer operação”. Ao jornalista Thiago Nolasco, ele disse que o Brasil é o país que tem o maior crescimento em apostas esportivas do mundo. “O brasileiro é um apostador, o brasileiro gosta. O brasileiro conhece futebol, ele gosta de apostar no resultado. Então isso faz parte da cultura brasileira e o brasileiro sempre foi um apostador desde os mais de 100 anos do jogo do bicho, por exemplo”.

Segundo ele, “esse crescimento tende a crescer ainda mais nos próximos anos. Mas hoje, ninguém sabe nem o tamanho do mercado, ninguém sabe quanto é apostado no Brasil, justamente por isso, porque não há como aferir, porque não há pagamento de impostos”, conclui.

O dirigente afirmou que o setor quer se regularizar e pagar impostos. “Há centenas ou até milhares de empresas que não querem buscar licenças para continuar não pagando imposto. As grandes e sérias empresas sim, querem trabalhar de acordo com a lei”.

O que Cardia destacou é a carga tributária elevada. “Além dos 18% sobre o GGR a ser aplicado ao setor, existem os impostos que qualquer empresa paga. Isso eleva a taxação a 35,5%. O imposto neste patamar inviabiliza a operação, pois muito alto, aumenta o jogo ilegal. Pode acontecer o que ocorre em Portugal, onde o imposto alto levou muitas empresas para o mercado ilegal e as que operam legalmente perdem mercado para aquelas que não pagam impostos”, exemplificou.

De acordo com Wesley Cardia, uma carga tributária máxima de 26% a 28% seria mais adequada e não inviabilizaria a atividade. Indagado sobre a CPI que investiga a manipulação de resultados, Cardia voltou a destacar que “os dois grandes prejudicados com a prática são as casas de apostas e o apostador. A casa de apostas por ter de pagar prêmio sobre uma aposta ilegal. E o apostador, que fez sua aposta acreditando em um resultado razoável e foi surpreendido por um resultado manipulado por quadrilhas”.

Ele deixou claro que “é fundamental que a regulamentação crie sistemas –já previstos– para que todas as casas de apostas estejam em uma plataforma e o ataque contra uma ou várias seja percebido por todas, impedindo que aconteça a manipulação”, defendeu.

Sobre a proibição de apostas em ações individuais, como escanteios e cartões, entre outros, Cardia afirmou que “estudos apontam que na Europa a manipulação ocorre no resultado final de um jogo de tênis, futebol ou basquete. Se esse tipo de aposta for impedido de ser feito no Brasil, quem irá ganhar é jogo ilegal, pois as pessoas continuarão fazendo apostas em sites ilegais”.

O setor, de acordo com o dirigente, está muito atento aos rumos da regulamentação e buscando a autorregulamentação da publicidade, para evitar abusos na forma de comunicação com seu público, assim como orientar os clientes quanto ao jogo responsável. “Temos toda a responsabilidade e adotamos as melhores práticas internacionais para que as apostas esportivas sejam uma atividade econômica séria e transparente”.

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