A indústria de apostas no circuito do tênis mundial movimento mais de 50 bilhões de dólares ao ano, e o atual número 1 do ranking da ATP, Novak Djokovic, declarou que os jogadores deveriam receber uma parcela de 50% dos lucros que o tênis obtém ao vender feeds de dados ao vivo para empresas de apostas.
Atualmente, os tenistas têm uma estrita proibição de patrocinar qualquer forma de apostas, mas o líder e co-fundador da Professional Tennis Players Association (PTPA) argumenta que eles deveriam receber uma participação justa nos ganhos gerados pelos negócios entre o tênis e as empresas de apostas.
O tênis permite o patrocínio por empresas de apostas em torneios, uma parceria que tem sido duradoura e muito lucrativa. Devido a uma temporada de tênis que se estende por 11 meses, o esporte se tornou um dos mais populares para apostas em todo o mundo.
Em entrevista ao PTPA, o jogador comentou que, apesar do notável ganho financeiro que o tênis obtém através de suas parcerias com empresas de apostas, os tenistas recebem, essencialmente, uma compensação mínima ou insignificante por essa colaboração.
“Uma coisa que é muito ilógica para mim é o fato de não termos saído da mesma posição em que estávamos há 20 anos ou talvez até mais, e que devido à integridade do esporte não temos permissão como jogadores para colocar qualquer marca de empresas de apostas em nossas roupas enquanto jogamos na quadra e não recebemos uma parte justa”, afirma Djokovic.
“Isso é muito simples para mim, é completamente inaceitável. Pessoalmente, eu provavelmente não teria um patrocinador de apostas na camisa, mas sei que provavelmente mais de 95% dos jogadores fariam isso”, afirmou na entrevista. “Eu apoiaria isso, mas se esse tipo de patrocínio não for permitido então o que mereceríamos ter 50% da participação que o torneio recebe desses acordos de patrocínio com casas de apostas.”
Denúncias de jogos arranjados e corrupção no mundo do tênis vêm crescendo aceleradamente, e a fala de Djokovic gerou grandes debates no circuito.
“Temos que lutar para garantir que o esporte permaneça limpo. Precisamos ter certeza de que os jogadores não estão trapaceando, não estão apostando, não estão comprometidos, o que é claro que eu apoio e concordo, mas há uma espécie de jogo psicológico certo em que você se concentra nisso e não fala sobre a questão principal aqui, da qual nós, jogadores, precisamos estar cientes”.