Das cerca de 500 casas de apostas em operação no Brasil, apenas 15% terão capital suficiente para continuar suas operações após a regulamentação do setor. É o que mostra um levantamento feito pela Hand, assessoria especializada em fusões e aquisições e na gestão de empresas nacionais.
Apesar do número parecer baixo, a avaliação é de que os maiores players do mercado se mantenham e que novos investidores devam entrar em cena, consolidando o mercado brasileiro de apostas.
As apostas no Brasil têm crescido a taxas muito superiores à média global, e é um dos setores que mais se desenvolvem no país, movimentando mais de RS 120 bilhões por ano, segundo dados do BNLData. Segundo José Venâncio, sócio da área de M&A da Hand, o mercado bet global tem crescido a taxas próximas a 10% ao ano - já em terras brasileiras as taxas são superiores a 90%. "A projeção é que, no ano que vem, o mercado do Brasil possa vir a representar um quinto do faturamento mundial", ele afirma.
O Brasil será um dos três maiores mercados regulados do mundo se for confirmada a aprovação do PL 3626/23, que já passou na Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado. As apostas esportivas cresceram 360% nos dois últimos anos, e mais de 60 companhias da categoria surgiram no mercado apenas no primeiro semestre de 2023.
"A regulação aproxima o setor Bet do mercado de capitais e cria um ambiente atrativo para fundos de private equity e grandes empresas globais, especialmente as listadas em bolsas. Além disso, as empresas que não contam com a estrutura ou o capital necessário para aderir à legalização podem ser absorvidas por concorrentes, o que contribui para a consolidação do mercado brasileiro das bets. Os grandes grupos globais poderão iniciar as atividades no país adquirindo concorrentes locais", complementa Venâncio.