A Culinary Union, sindicato que representa 53 mil trabalhadores do ramo da hospitalidade em Las Vegas, afirma que as conversações contratuais com os gigantes da indústria dos cassinos MGM, Caesars e Wynn Resorts fizeram poucos progressos após uma nova rodada de negociações, que terminou na sexta-feira (6). Esse impasse levou à autorização de uma possível greve na semana passada, uma vez que muitos empregados continuam a trabalhar sem contrato formal.
As negociações entre o sindicato e os cassinos têm-se arrastado nos últimos cinco meses, com as exigências do sindicato centradas em salários mais elevados, melhores benefícios e segurança no emprego. O momento é crucial, já que Las Vegas se prepara para ser sede de uma série de grandes eventos durante o outono norte-americano, incluindo a Fórmula Um.
O secretário-tesoureiro da Culinary Union, Ted Pappageorge, sublinhou a importância de valorizar os trabalhadores que desempenham um papel fundamental na dinâmica indústria do entretenimento da cidade. Segundo ele, os cassinos devem reconhecer o trabalho árduo e a dedicação dos seus empregados.
Ted Pappageorge, secretário-tesoureiro do Culinary Union
"Nosso objetivo é tentar conseguir um bom contrato, porque os seus trabalhadores têm lutado, foram o suporte destas empresas através da Covid, trouxeram-nas a esta incrível recuperação em que estão ganhando mais dinheiro do nunca e as empresas precisam partilhar a riqueza", disse Pappageorge.
O secretário partilhou as declarações após as reuniões com a MGM, na terça-feira (3), e com a Caesars, na quarta-feira (4), e acrescentou que "infelizmente, não houve qualquer movimento real por parte destas empresas".
Pappageorge deixou claro ainda que cerca de 95% dos membros dos sindicatos votaram, no final de setembro, a favor de uma greve em toda a cidade, com impacto em pelo menos 18 estabelecimentos, caso não haja progressos significativos nas negociações. Esta medida poderia afetar significativamente as operações dos cassinos e, consequentemente, a experiência daqueles que visitam Las Vegas.
Os sindicatos estão negociando um novo contrato de cinco anos em mais de 40 estabelecimentos em que o acordo expirou ou está para ser prorrogado. Estão também negociando intensamente com a Wynn Resorts. Em declarações à Reuters, Pappageorge afirmou que uma greve poderá ocorrer a qualquer momento.