O Brasil já é considerado o país que mais acessa plataformas de apostas esportivas. Dados da empresa de análise Similarweb colocaram os brasileiros em primeiro lugar no ano de 2022, à frente do Reino Unido, um mercado já tradicional e consolidado, informa o jornal O Globo. Entre janeiro e dezembro do ano passado, a alta foi de 75%.
O estudo “Futuro das Apostas Esportivas On-line”, da plataforma Futuros Possíveis, também trouxe dados que reforçam o crescimento do setor no Brasil. Entre os adultos, uma a cada três pessoas que acompanham modalidades esportivas já tinham feito alguma aposta e uma em cada quatro aposta regularmente. O percentual chega a 44% entre entrevistados de 16 a 29 anos.
A reportagem de O Globo traz ainda casos de pessoas que desenvolveram vício em apostas e tiveram prejuízos apostando. Essa preocupação, inclusive, está presente no projeto de lei (PL) 3.626/2023, que regulamenta a atividade e será votado no plenário do Senado nesta semana.
Um dos pontos do projeto determina que as empresas façam o reconhecimento facial dos usuários para evitar que menores de idade loguem na conta de adultos e apostem indevidamente. Outras medidas dizem respeito à responsabilidade de as casas de apostas promoverem o jogo responsável e um percentual da tributação arrecada sendo destinado para o combate à ludopatia.
No entanto, há quem veja o PL como ainda insuficiente para garantir a total segurança e proteção dos apostadores. “Apesar das semelhanças, o sistema britânico é mais rigoroso. O projeto de lei brasileiro deixa muita coisa em aberto para a portaria da Fazenda. No Reino Unido, o Gambling Act (lei do Parlamento que disciplina as apostas) definiu algumas condutas como crime. Nossa regulamentação só dispõe sobre penalidades administrativas, com advertência e multa para pessoas jurídicas”, afirmou o advogado Luiz Loques, ouvido pela reportagem.