O site Máquina do Esporte publicou um artigo de opinião escrito por seu CEO, o jornalista Erich Beting, em que ele analisa o crescimento do setor de apostas esportivas no Brasil. Em sua visão, o momento atual traz novos desafios para as empresas que atuam nesse mercado.
Beting declarou que os últimos anos foram o “Eldorado das empresas e uma tábua de salvação para as entidades e atletas que recebem patrocínio”.
Em 2018, com a publicação da medida provisória pelo então presidente Michel Temer (MDB), as apostas foram autorizadas a operar e uma nova indústria surgiu no país, embora carecesse de regras específicas, que só viriam em 2023, com a lei 14.790.
“Desde 2019, tudo foi novidade. Não se tinha muita ideia do potencial que havia no Brasil para as apostas, então o começo foi tímido. Algumas empresas vieram, testaram o apetite do brasileiro pelo jogo e viram que o negócio era promissor. Foi a partir de 2020, com a pandemia e a retomada do esporte, que o jogo alcançou um novo patamar. Diversas empresas, fundadas ou não por brasileiros, começaram a aparecer e a lucrar muito. E os patrocínios, na mesma velocidade, foram aumentando de valor”, analisa Beting.
O momento atual, em sua opinião, viu uma espécie de saturação do modelo que até então vigorava no mercado. “O fato é que estávamos entrando na era da saturação, com muita marca atuando da mesma forma (patrocínio e campanha de mídia ofertando bônus ao novo apostador). Agora, as empresas começaram a mostrar que o próximo passo é ser assertivo na estratégia. O que devemos ver acontecer, a partir de 2024, é o investimento ser maior em patrocínio, mas em propriedades mais específicas. Da mesma forma, a estratégia de aportar dinheiro em mídia esperando apenas a conversão de novos clientes deve começar a ficar para trás.”
Na opinião do CEO da Máquina do Esporte, a tendência é o investimento em branding, com grandes marcas se destacando das menores e levando os patrocínios das casas de apostas a “um novo patamar”.
“Saímos da era da conversão para a da conexão. As marcas precisarão tocar no coração do fã para fazer dele um apostador mais fiel. Isso torna mais caro o patrocínio para quem é maior. E exige das marcas ativações com ações inovadoras para se conectar com o torcedor/apostador”, afirma.