Em artigo publicado no site Marketing Esportivo, Fellipe Drommond, sócio do Grupo TFW, CEO do Magnus Futsal e CMO da More Skills, analisou a crescente participação das casas de apostas em patrocínios do esporte, especialmente times de futebol.
Drummond lembra o fato de que o Brasil é, segundo dados da empresa Similarweb, o país que mais acessa sites de apostas esportivas, com 3,19 bilhões de acessos em 2022 (ano em que foi feito o levantamento). Isso coloca os brasileiros à frente do Reino Unido, na segunda posição.
“Estes números, de acordo com a consultoria Similarweb, representaram um aumento de 75% das receitas de patrocínios e publicidade no esporte. Muito dinheiro na mesa, receitas disparando, mas qual é o legado que todo este investimento poderá deixar para o esporte brasileiro? Assistimos diariamente aos anúncios milionários dos novos patrocinadores, porém a única promessa que escutamos dos gestores é sobre o investimento das receitas em contratações, títulos e conquistas”, afirma Drommond.
Fellipe Drommond (imagem: Guilherme Mansueto/Liga Nacional de Futsal)
O executivo acredita que a onda de patrocínios de casas de apostas seja algo “cíclico”, semelhante ao que já aconteceu com empresas de outros ramos que investiram em peso no futebol.
“O investimento de um determinado segmento em uma fatia considerável do esporte é cíclico, já tivemos o boom dos banco digitais, as indústrias de bebidas, eletrodomésticos, estatais, entre tantas outras oportunidades de aproveitar da injeção de investimento financeiro para estruturar um planejamento sólido e estratégico para ampliar o poder de consumo dos fãs/torcedores”, analisa.
Drommond afirma que, nesse novo cenário, os clubes esportivos têm a chance de revolucionar a forma como se relacionam com o público. Ele, no entanto, aponta uma suposta falta de estratégia.
“Não vejo ninguém preocupado em converter a base de seus patrocinadores para o próprio clube; ou utilizar da plataforma digital das casas de apostas para campanhas promocionais da entidade esportiva. Para rentabilizar é necessário investir em profissionais de mercado, estrutura, conhecimento e enxergar o esporte como uma ampla plataforma de negócio, muito além das quatro linhas para que quando essa onda passar não sejam novamente afogados pelas dívidas”, finaliza.