A saída de José Francisco Manssur do governo Lula continua gerando diferentes versões. Apesar do Ministério da Fazenda alegar que a exoneração do assessor e responsável pela área de apostas foi a pedido dele mesmo, a imprensa menciona que houve pressão do Centrão e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pela troca no cargo.
Para Magnho José, editor do site BNLData e presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL), a saída de Manssur foi política. Ele cita que, desde o ano passado, os deputados ligados ao Centrão pressionam para ter mais controle sobre a área e que Lira teria tentado fazer com que as apostas ficassem sob responsabilidade do Ministério do Esporte, comandado por seu aliado André Fufuca (PP-MA). O governo, no entanto, manteve sob o guarda-chuva da Fazenda.
“Na verdade, o problema foi o desgaste político por conta de uma reportagem da Revista Veja. Em setembro do ano passado, a Veja publicou matéria apontando que os deputados da base do governo teriam pedido dinheiro a uma associação que reúne empresas de apostas esportivas em troca de duas contrapartidas: defender seus interesses na regulamentação do setor e não transformar a vida de seus associados num inferno na CPI das Apostas Esportivas, instalada na Câmara dos Deputados. A reportagem também informou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi alertado pelo assessor especial de sua equipe, Francisco Manssur”, alega José, em análise no BNLData.
Imprensa cita uma suposta influência de Lira e do Centrão na saída de Manssur
Ele acrescenta que “a reportagem genérica e sem comprovação da Veja teria irritado Arthur Lira (PP-AL), que colocou na conta do assessor da Fazenda a pauta negativa da revista semanal contra os deputados aliados”.
Na visão do editor do BNLData, “Manssur cumpriu o seu papel durante o período que esteve à frente do processo de regulamentação das apostas esportivas e jogos online, mas foi consumido pela falta de apoio político em Brasília”.
José acrescentou também que, nos próximos dias, deve ser conhecido o nome do responsável pela Secretaria de Prêmios e Apostas, estrutura criada no final de janeiro. O cronograma do processo de regulamentação, no entanto, estaria comprometido e haverá atraso nos prazos inicialmente estabelecidos pelo Ministério da Fazenda, afirma.