DEBATE É RETOMADO NO SENADO

Chile: operadoras insistem que "não há nenhuma disposição que impeça o desenvolvimento de jogos de azar on-line"

12-03-2024
Tempo de leitura 2:25 min

O Senado chileno retomou a discussão do projeto de lei que busca regulamentar o setor de jogos on-line e apostas esportivas e, em sua última sessão, a Comissão de Economia recebeu representantes de plataformas de iGaming, da Superintendência de Cassinos de Jogos (SCJ) e da Polla Chilena de Beneficencia.

Na sessão, realizada em 5 de março, o advogado Carlos Baeza, representando as empresas Betsson, Betano, Coolbet, Latamwin, BetWarrior e 1xBet, declarou que "não há nenhuma disposição no sistema jurídico chileno que impeça o desenvolvimento de jogos de azar on-line".

Durante sua apresentação aos senadores do comitê, o advogado questionou que o projeto de lei busca estabelecer um bloqueio às marcas on-line que operaram nos últimos 12 meses antes de sua entrada em vigor. Ele acrescentou que tal disposição constitui uma "afetação dos direitos constitucionais".

Na mesma linha, criticou a regulamentação de "uma punição ao estabelecer a obrigação de pagar impostos retroativos, afetando todas as empresas que operaram durante os 36 meses anteriores à entrada em vigor da lei".

Ele também advertiu que o projeto de lei estabelece "uma alta carga tributária global", em torno de 38%, tornando-a "a mais alta da região, superando países como Peru (12%), Brasil (12%) e Colômbia (16,2%), bem como Holanda, Espanha, Dinamarca e Reino Unido".

Diante desse cenário, ele argumentou que "a relação entre a carga tributária e a canalização de jogadores é um fator-chave na formulação de políticas regulatórias na indústria de jogos", e que "a redução da carga tributária é uma estratégia eficaz para aumentar a canalização, fortalecer a regulamentação, proteger os interesses dos usuários e a arrecadação de impostos".


Carlos Baeza


Por sua vez, a Superintendente de Cassinos, Vivien Villagrán, afirmou que "sem regulamentação legal expressa, a exploração comercial de jogos de azar no Chile é ilegal e, além disso, constitui um crime", em referência às plataformas de iGaming que operam na jurisdição.

Em consonância com isso, ele lembrou que os cassinos com licenças válidas, a Polla Chilena de Beneficencia, a Lotería de Concepción e as pistas de corrida são as únicas instituições atualmente autorizadas a oferecer produtos de jogos e apostas.

Enquanto isso, a Polla Chilena de Beneficencia questionou o projeto de lei em discussão por considerá-la "apenas mais um ator" no ecossistema de jogos de azar e, consequentemente, por exigir que ela solicite uma licença como as operadoras internacionais.

Em resposta, eles enfatizaram que "a Polla não é uma plataforma on-line", mas "é uma loteria com uma estrutura de agência", com 2.350 agências oficiais e mais de 6 mil agentes de PDV espalhados pelo país.

Discussão parlamentar

Durante a sessão, o senador e presidente da comissão, Loreto Carvajal, pediu às autoridades que especificassem o "destino dos recursos que entrariam" com a regulamentação dessa atividade, que atualmente está operando fora da norma. Deve-se observar que, de acordo com o Ministério da Fazenda, espera-se arrecadar cerca de CLP 84,09 bilhões (US$ 85,7 milhões) por ano quando a legislação estiver em vigor.

O senador Karim Bianchi alertou sobre a dificuldade de legislar e regulamentar as plataformas de iGaming e, em resposta, propôs "estabelecer um certo número de cassinos que sejam regulamentados" no setor.

Por sua vez, o senador José Miguel Durana destacou a necessidade de gerar uma política de jogo responsável no âmbito dessa iniciativa e enfatizou que uma estratégia nacional deve ser levada em consideração para combater o vício do jogo associado aos cassinos on-line.

Além disso, ele solicitou a lista de países que optaram por estabelecer um período de restrições operacionais para empresas que operam em mercados não regulamentados. Também solicitou uma análise das regulamentações aplicadas em outros países, a fim de obter uma "descrição de seu projeto regulatório".

 

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