Hugo Baungartner: "Texto final da regulamentação atende 85% do que o mercado precisa"

Vice-presidente de global markets da empresa Aposta Ganha, Hugo Baungartner esteve presente no SBC Summit Rio 2024, realizado de 5 a 7 de março.

No evento, realizado no Rio de Janeiro (RJ), o executivo participou de uma conferência com o tema “licença estadual vs licença federal” ao lado de outros representantes da indústria.

Após a discussão, Baungartner conversou com a Yogonet sobre a atuação da Aposta Ganha, as perspectivas com a regulamentação no Brasil, o tema do jogo responsável e a presença da empresa no México. Confira abaixo:

É consenso que o mercado precisava de uma regulamentação, mas ainda há pontos que são criticados. Por exemplo, a questão de como será feita a tributação do apostador e o valor da outorga de R$ 30 milhões. Como você isso?

O texto final atende, no meu modo de entender e no modo de entender da Aposta Ganha, 85% do que o mercado precisa. Obviamente, se a gente for pensar no primeiro texto que foi publicado, na primeira ideia e no que a gente tem agora, houve um avanço significativo.

Faltam algumas coisas? Falta o detalhe do imposto do jogador? Falta, realmente isso é um ponto importante. Foi vetado [o artigo da isenção para ganhos abaixo da primeira faixa de isenção do imposto de renda], ainda tem a discussão e vai voltar para a Câmara.

Mas eu acho que, de alguma forma ou de outra, isso vai sofrer um processo de adaptação. Se for para o lado ruim, vamos dizer assim, fatalmente em seis meses, um ano, eu acho que vai ser identificado isso e acredito que vá mudar.

Então, nem toda a lei é 100% perfeita. Acho que esse processo ainda vai durar seis meses, um ano, dois anos, para que o mercado possa se adaptar à regulamentação final.

Uma questão também que sempre aparece é uma preocupação por parte da sociedade brasileira sobre o jogo compulsivo. Qual é a resposta que as empresas podem dar para tranquilizar as pessoas que têm essa preocupação?

Essa é uma preocupação legítima, que nós estamos também cuidando em todas as comunicações que temos hoje. Nossas peças de marketing já trazem esse tipo de alerta ou de mensagem.

Mas é um problema que já existe: não existiu por conta da regulamentação ou da não regulamentação. Com a regulamentação ou sem regulamentação, ele vai existir. Nós do grupo Aposta Ganha temos um projeto bastante interessante que estamos terminando de formatar e vamos lançar juntamente com a regulamentação, um projeto que vem a calhar com essa preocupação da população, do mercado e do governo também.

Você poderia falar da operação da Aposta Ganha em outros países? A empresa deu entrada no México também. Você vê familiaridade entre o mercado brasileiro e o mercado mexicano ou são completamente diferentes?

Eu morei no México por dez anos, conheço bastante o mercado, os players, os diferentes ambientes. Lançamos no México há três meses, é um projeto bastante embrionário. Existem coisas que se assimilam? Sim, mas, para ser sincero, pouca coisa.

O mercado mexicano é um mercado maduro, tem o land based, existem cassinos físicos, existe uma cultura de jogo diferente do Brasil. As odds são diferentes lá.
Como se comunicar com o mexicano também é diferente. É um desafio. Estamos preparados, temos uma equipe local e agora é fazer com que ele se fortaleça, cresça, mas é um projeto a longo prazo, não a curto prazo.

Como está o calendário de vocês em relação aos próximos eventos do setor?

Nós vamos estar presentes com stand no BiS SiGMA, em São Paulo, em abril. Vou estar na convenção da SAGSE, em Buenos Aires. Até o final do ano, com certeza, estaremos presentes no SBC Lisboa, G2E Las Vegas e SBC Miami.