A presidente-executiva da Associação Chilena de Cassinos de Jogos (ACCJ), Cecilia Valdés, compareceu à Comissão de Economia do Senado e enfatizou a importância de garantir que as novas plataformas que pretendem operar "entrem nas mesmas condições" que as operadoras que já atuam no mercado. A comissão discute o projeto de lei para regulamentar as plataformas on-line no Chile.
Durante a sessão no dia 19 de março, Valdés explicou que há uma "concorrência bastante desleal" por parte das plataformas on-line no momento, que de acordo com a análise da ACCJ operam ilegalmente no mercado chileno.
"Queremos assegurar que, quando essa lei entrar em vigor, as condições de mercado sejam garantidas para que novos provedores, sejam eles cassinos estabelecidos ou novas plataformas vindas do exterior e que hoje não entraram no Chile porque só operam em mercados regulamentados, possam entrar nas mesmas condições", disse ele.
Ela também advertiu que "o negócio de plataforma é um negócio de banco de dados". "Em outras palavras, se eu estava operando ilegalmente por dois ou três anos, hoje tenho uma enorme base de clientes que já alcancei. Portanto, é óbvio que um novo provedor está em desvantagem ao começar do zero e competir em igualdade de condições com aqueles que operaram ilegalmente", disse ele.
Valdés destacou que "há várias medidas que foram estudadas e que comprovadamente funcionam internacionalmente para garantir a concorrência justa", referindo-se ao período de bloqueio de 12 meses proposto no projeto de lei para empresas que operaram fora da estrutura regulatória nos 12 meses anteriores à sua entrada em vigor.
Ao mesmo tempo, a presidente da ACCJ pediu o esclarecimento de uma estrutura regulatória consistente em relação ao jogo ilegal no Chile, na qual "sanções criminais e medidas contra plataformas ilegais" sejam claramente estabelecidas.
"Isso é fundamental, porque hoje, na peregrinação que fizemos [cassinos físicos], o Ministério Público não considera esses crimes de jogo ilegal como algo sério para ser processado. Isso tem sido muito difícil porque, mesmo nos tribunais, os casos estão sendo arquivados porque não há argumentos claros para poder processar o jogo como um crime", questionou.
Portanto, ela pediu que a nova regulamentação do setor on-line permita que a Superintendencia de Casinos de Juego, o atual órgão regulador do Chile, "não apenas supervisionasse os cassinos e as plataformas licenciadas, mas também todas as plataformas ilegais".
Aspectos tributários
Em outro ponto, Valdés criticou o fato de que o projeto de lei modifica o esquema de impostos para cassinos físicos e argumentou que "é muito importante que ele reconheça os direitos dos operadores que já estão estabelecidos e não altere as condições sob as quais eles já se candidataram e obtiveram sua licença de operação".
Nesse contexto, Valdés questionou o imposto de 0,07 UTM, que, segundo ela, forçaria os cassinos físicos a estabelecer uma taxa de entrada ou associação, e o imposto de 1% para o Jogo Responsável, que "não atende aos objetivos propostos, pois a receita não será destinada a combater esse problema".
"Tentamos conversar com [os ministérios da] saúde e da educação e eles não se envolveram de forma alguma nesse projeto. Portanto, vemos um alto risco e estamos preocupados com o fato de que eles querem aumentar os impostos sobre os cassinos para uma política de Jogo Responsável, quando os responsáveis pela geração dessa política em nível nacional não estiveram envolvidos nessa discussão", alertou.
Por fim, Valdés advertiu que, se esses impostos fossem aplicados aos cassinos físicos, seria "uma mudança nas regras do jogo, pois aumentaria a carga tributária sobre um setor que já foi licitado" e que "já tinha uma alta carga tributária".