Declarações de Carsten Koerl

CEO da Sportradar diz que não houve manipulação no Brasileirão 2023

Carsten Koerl
29-04-2024
Tempo de leitura 1:52 min

Em meio às acusações do dono do Botafogo, John Textor, de que o Brasileirão de 2023 foi manipulado, o CEO da Sportradar, Carsten Koerl, declarou à Folha de S. Paulo que não foram detectadas anomalias em relação a apostas esportivas no campeonato do ano passado.

Com base em um relatório da empresa francesa Good Game! que analisa o comportamento de árbitros e jogadores, Textor tem feito declarações segundo as quais uma série de jogos teria sido sofrido manipulação.

Entre as partidas, estariam a vitória do Palmeiras por 5x0 sobre o São Paulo e a vitória do Flamengo por 2x1 sobre o Botafogo. O tema está sendo, inclusive, discutido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado. 

"Entendo que não foi o resultado preferido para o dono de um time. Mas nosso sistema não detectou evidências de manipulação”, disse Koerl à Folha de S. Paulo. Apesar das acusações, Textor, até o momento, não sugeriu que casas de apostas estariam envolvidas no suposto esquema.

Koerl afirmou ainda que o método da Good Game! (que usa inteligência artificial para analisar os movimentos dos jogadores e determinar se, por exemplo, uma falha do jogador foi proposital ou involuntária) não é o mais adequado.

É um caminho errado analisar manipulações [de resultados] com base em padrões físicos dos jogadores. É muito mais importante analisar os fluxos de liquidez e ver a partir dos comportamentos de apostas se há alguém que os utilizou. Eu era um jogador amador e ruim”, declarou, acrescentando que há uma série de fatores que podem influenciar o desempenho de um atleta dentro de campo, como a condição física.

Leia: "Dentro do meio, estão rindo": acusações de John Textor são vistas com desconfiança

A Sportradar monitora sites de apostas para detectar movimentações suspeitas. O trabalho é feito com inteligência artificial e com profissionais humanos que fazem a averiguação. 


Carsten Koerl (à esquerda)

Em março deste ano, a empresa divulgou seu relatório apontando que houve 109 partidas suspeitas no Brasil em 2023 ‒ nenhuma delas, no entanto, foi na série A do Brasileirão, como acusa Textor. 

Parceria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde 2018, a Sportradar também atua com monitoramento para a Fifa, Uefa e Conmebol. À Folha, Koerl afirmou que a empresa deseja aumentar a atuação no Brasil e opinou sobre o processo de regulamentação do setor de apostas.

“Vejo em muitos países uma disputa entre regulamentações federais e locais. Isso precisa ser modelado de forma mais clara. Um sistema central é mais escalável, mais fácil de controlar, e um sistema local tem muitas vantagens para as comunidades locais. Acho que isso é algo onde [a legislação brasileira] deve ser mais clara”, defendeu.

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