Convenção de Macolin

CPI das Apostas: CBF defende que Brasil entre em convenção internacional contra manipulação

Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado
30-04-2024
Tempo de leitura 2 min

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas ouviu representantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na tarde da última segunda-feira, dia 29 de abril. O objetivo foi entender como a entidade trabalha para combater ilegalidades e garantir a integridade no meio.

Segundo informações da Agência Senado, o diretor de competições da CBF, Júlio Avellar, disse que a manipulação de resultados no futebol é um problema antigo, mas o crescimento  das apostas esportivas aumenta os riscos.

Avellar citou algumas medidas tomadas pela CBF para enfrentar o problema. Entre elas, um protocolo de colaboração com a Polícia Federal (PF) para uma ação conjunta em casos suspeitos e trabalhos em parceria com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

Trabalhamos para colocar a CBF na liderança global de combate à manipulação de resultados”, disse Avellar. Ele defendeu ainda a adesão do Brasil à Convenção de Macolin, instrumento jurídico internacional de combate a fraudes no esporte que promove a cooperação e troca de informações entre diferentes países.

É muito importante a adesão do Brasil a essa convenção. É um passo fundamental para a formulação de uma estratégia nacional robusta e integrada de combate à manipulação de resultados”, declarou Avellar, acrescentando que, há mais de um ano, a entidade vem sugerindo que o Governo Federal faça a adesão.

A sugestão, inclusive, consta em uma carta enviada pela CBF ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em maio de 2023. Presente na CPI, o oficial de Integridade da CBF, Eduardo Gussem, também defendeu que o Brasil entre na Convenção de Macolin.

Precisamos, sim, assinar essa convenção, que é um ponto de partida. Estaremos inseridos em um contexto mundial, e isso para o futebol é muito importante. Trará segurança e trará higidez”, disse Gussem, segundo a Agência Senado

O relator da CPI, senador Romário Faria (PL-RJ), questionou se o VAR poderia ser usado para identificar suspeitas de manipulação. Avellar respondeu que a CBF trabalha com a metodologia do desvio padrão e disse desconhecer que algum campeonato oficial use o VAR para esse fim. No entanto, declarou que a inteligência artificial (IA) pode ser usada no futuro pela confederação.


Júlio Avellar (imagem:Marcos Oliveira/Agência Senado)

“A CBF está disposta a usar qualquer ferramenta que possa ser utilizada no combate à manipulação de resultados”, disse.

A CPI havia convidado o diretor de governança e conformidade da CBF, Hélio Santos Menezes Júnior, mas ele informou que teria uma reunião no mesmo horário e não compareceu. Seu depoimento, então, ficou marcado para o dia 16 de maio, segundo o presidente da comissão, senador Jorge Kajuru (PSB-GO).

O parlamentar convocou uma nova reunião da CPI para o dia 13 de maio, quando será ouvido o ex-árbitro Glauber Cunha. Ele é suspeito de cobrar propina após supostamente interferir em uma partida da terceira divisão do Campeonato Carioca.

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