Órgão europeu afirma que metodologia utilizada em denúncia de Textor não é suficiente para provar manipulação

O grupo de Copenhague do Conselho da Europa afirmou que o relatório da empresa Good Game! - contratada por John Textor, dono da SAF do Botafogo - não serve como prova isolada de manipulação de jogos, embora possa ser útil para ajudar investigações. 

O grupo foi criado pelo organismo de direitos humanos do continente para estudar medidas para prevenção de manipulação de resultados, em cooperação com a UEFA. Textor afirmou na CPI da Manipulação de Resultados do Senado que cinco jogadores do São Paulo estavam envolvidos em manipulação na goleada sofrida para o Palmeiras. Disse o mesmo sobre quatro atletas do Fortaleza, também em jogo contra o alviverde. Não citou nomes, nem explicou como provava essa afirmação.

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Segundo reportagem da UOL, um estudo publicado pelo grupo de Copenhague em setembro de 2023 avaliou a metodologia utilizada por três empresas para supostamente identificar manipulação com análise de jogos, a Footvision, a Good Game! e a Statsperform. A conclusão é de que "é importante frisar que as análises atuais não servem como prova por si só, mas podem corroborar indícios sérios e consistentes, como apostas suspeitas".

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Em seguida, o órgão afirma que houve consenso de que será preciso mais trabalho para desenvolver metodologias baseadas em dados independentes e empíricos para obter "resultados objetivos". 

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Método da Good Game!

No estudo, é explicado que o método da Good Game! consiste em uma análise de jogadores e árbitros em vídeos sob o ponto de vista físico, biomecânico e fisiológico. O objetivo é encontrar deficiências desses atletas ou juízes. Um algoritmo identifica o número de deficiências por jogador e o número deles envolvidos

A partir daí, há uma classificação do jogo como normal, suspeito ou manipulado. Para se enquadrar na última categoria, tem de haver um número maior de jogadores com uma deficiência ou menos jogadores como muitas deficiências.

"A análise de performance pode ajudar agentes da lei e outros profissionais que trabalham no campo da integridade para melhor detectar e provar manipulação em competições. Esses resultados podem ser usados como evidência de apoio junto com outras informações analíticas ou elementos de prova para alcançar o padrão de prova aplicável. Em qualquer caso, pode representar um valioso ponto de início de uma investigação."

Ou seja, para o Conselho da Europa, o relatório da Good Game! precisa estar associado a outros elementos para ser considerado que foi provada uma manipulação de um jogo. Ou serviria só como princípio de investigação, e não como evidência para fazer uma acusação.