Denunciado por envolvimento com apostas, Paquetá tem "carta na manga" para se defender das acusações

Denunciado na Inglaterra por supostamente levar cartão amarelo propositalmente para beneficiar apostadores, o meia brasileiro Lucas Paquetá, do West Ham, tem uma “carta na manga” para se defender das acusações.

Segundo o jornal O Globo, a defesa do jogador vai usar o argumento de que, em uma das partidas sob suspeita (contra o Bournemouth, em 2023), Paquetá pediu ao treinador para ficar de fora.

O motivo é que, na época, o atleta estava em negociações com o Manchester City e não queria correr o risco de se lesionar. A reportagem traz a informação de que haveria fontes no West Ham capazes de corroborar essa versão. 

Imagem: Getty Images

Dessa forma, os advogados vão argumentar que não faria sentido o jogador ter pedido para não entrar em campo se tivesse realmente a intenção de beneficiar apostadores forçando um cartão amarelo.

Convite para depor na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas

Ao mesmo tempo em que responde às acusações na Inglaterra, Paquetá também foi alvo de um pedido para que preste depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado.

A possibilidade já havia sido levantada anteriormente pelo presidente da CPI, Jorge Kajuru (PSB-GO). O site Metrópoles reporta que o senador Eduardo Girão (Novo-CE), membro da comissão, apresentou o pedido para que o meia seja convidado a dar esclarecimentos.

Eduardo Girão (imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado)

"Considera-se que o depoimento do Sr. Lucas Tolentino Coelho de Lima [Lucas Paquetá], permitirá a elucidação de diversos aspectos relacionados ao objeto de investigação da presente Comissão", diz um trecho do requerimento apresentado por Girão.

A solicitação ainda precisa ser analisada e aprovada pela CPI para o convite valer de forma oficial.

Entenda o caso

A suspeita é que o brasileiro tenha levado cartão amarelo propositalmente em quatro partidas em 2022 (contra o Leicester) e 2023 (Aston Villa, Leeds United e Bournemouth). Cerca de 60 pessoas teriam apostado que o jogador seria advertido em um ou mais desses jogos.

De acordo com o jornal britânico The Sun, a aposta mais alta foi de 400 libras (R$ 2,6 mil, na cotação atual) e os ganhos dos apostadores com os palpites certos chegaram a 100 mil libras (aproximadamente R$ 670 mil).

As suspeitas são reforçadas pelo fato de que as apostas partiram de usuários da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, localidade em que o jogador nasceu. Quem inicialmente identificou esse volume incomum foi a Betway, casa de apostas patrocinadora do West Ham.

O atleta nega as acusações e se diz “surpreso e chateado” com a situação. Ele tinha até dia 3 de junho, para apresentar uma defesa, mas os seus advogados conseguiram adiar esse prazo. A nova data ainda não foi definida.