O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, afirmou que, pelo menos por enquanto, o meia Lucas Paquetá não deve ser punido no caso de suposto envolvimento com apostas esportivas.
Rodrigues explicou ainda o que levou a CBF a manter Paquetá entre os jogadores convocados para representar o Brasil na Copa América ao mesmo tempo em que o atleta está sendo denunciado na Inglaterra, onde atua pelo West Ham.
"Foi uma tomada de decisão bem criteriosa. A CBF procurou primeiro ouvir sua diretoria jurídica e de compliance, além da unidade de integridade da confederação. Também fizemos consulta à Federação Inglesa, com algumas perguntas bem objetivas sobre a situação do atleta."
"Em um caso desse, a federação tem que comunicar à Fifa se for para afastar o atleta. Quando ela não tem consistência daquela punição, ela não faz", disse o dirigente, segundo a ESPN. A declaração foi dada antes do amistoso entre Brasil x Estados Unidos, no dia 12 de junho.
O presidente da entidade máxima do futebol brasileiro acrescentou, também de acordo com a ESPN, que “diante das perguntas que a CBF fez, a Federação Inglesa respondeu que não tinha previsão de punição. Com isso, a CBF entendeu que ele poderia permanecer na seleção brasileira sem qualquer problema. Pelo que colhemos da Federação Inglesa e de todos os outros, é como se fosse uma denúncia que não vai ter uma punição. Ao menos é esse nosso conhecimento de agora”.
Lucas Paquetá (imagem: reprodução/Instagram)
Paquetá é acusado pela Football Association (entidade que controla o futebol na Inglaterra) de ter levado cartão amarelo propositalmente em um total de quatro partidas nos anos de 2022 (contra o Leicester) e 2023 (contra Aston Villa, Leeds United e Bournemouth). Cerca de 60 pessoas teriam apostado que o jogador seria advertido em um ou mais desses jogos.
Segundo o jornal britânico The Sun, a aposta mais alta foi de 400 libras (R$ 2,6 mil, na cotação atual) e os ganhos dos apostadores com os palpites certos chegaram a 100 mil libras (aproximadamente R$ 670 mil).
As suspeitas são reforçadas pelo fato de que as apostas partiram de usuários da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, localidade em que o jogador nasceu. Quem inicialmente identificou esse volume incomum foi a Betway, casa de apostas patrocinadora do West Ham.
O atleta nega as acusações e se diz “surpreso e chateado” com a situação. Como repercutido pelo Yogonet, o meia tem uma “carta na manga” para se defender das acusações. Em uma das partidas sob suspeita (contra o Bournemouth, em 2023), Paquetá teria pedido ao treinador para ficar de fora.
O motivo é que, na época, o atleta estava em negociações com o Manchester City e não queria correr o risco de se lesionar. Uma matéria do jornal O Globo traz a informação de que haveria fontes no West Ham capazes de corroborar essa versão.