O Procon do Estado de São Paulo está preocupado com o crescimento acelerado do mercado de apostas esportivas.
O órgão requereu à Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF) que "para a concessão de autorização para a exploração comercial lotérica de apostas no país seja obrigatória a aferição do comportamento das empresas requerentes quanto às suas práticas no mercado consumidor" a fim de evitar abusos na operação das casas de apostas.
Leia também: Público se irrita com "publicidade excessiva" de casas de apostas, diz estudo
Em release para a imprensa, o órgão de fiscalização cita a Portaria nº 827 da SPA, publicada em maio, com regras para a autorização de exploração de apostas esportivas e jogos online, além da necessidade de obediência das disposições do Código de Defesa do Consumidor, da Lei Geral de Proteção de Dados, da Lei nº 14.790/23 e suas regulamentações.
"A expansão e consolidação deste mercado tem gerado grande impacto nas relações de consumo, sobretudo em publicidades veiculadas pelos respectivos fornecedores", afirma o comunicado. Por este motivo, o Procon entende que a "análise da idoneidade e qualificação técnica das empresas necessariamente impõe a verificação do cumprimento das normas de defesa do consumidor", como está previsto no artigo 7º da Portaria nº 827).
Leia também: Comissão do Senado pode votar projeto que proíbe celebridades em publicidades de apostas
Protocolo
O texto não apresenta números ou denúncias, mas desde o ano passado o Procon-SP está de olho no segmento de apostas e jogos virtuais, e prepara especialistas do órgão e um protocolo para atender práticas e reclamações referentes ao jogos.
Esse protocolo tem o objetivo de implementar ações educativas quanto ao consumo dos produtos, e de garantir o atendimento correto aos usuários que procurem ajuda no órgão. Também prevê parcerias com órgãos de saúde para encaminhamento de consmidores com problemas de ludopatia.
Para o Procon-SP, o envio de “bônus” aos usuários consumidores de forma recorrente e incisiva, a ausência de informações claras e objetivas sobre as regras do sistema de apostas e de canais de atendimentos "caracterizam práticas abusivas, ao limitar o consumidor no exercício de seus direitos."