Peru Gaming Show 2024 chega ao fim após dois dias com mais de oito mil visitantes e 80 marcas

A 21ª edição da Peru Gaming Show (PGS 2024) chegou ao fim após um segundo dia que contou com um salão de expositores repleto de visitantes, bem como discussões que se concentraram na regulamentação online e nas necessidades dos operadores de iGaming no Peru e em outros mercados latino-americanos.

De acordo com os números preliminares, o evento realizado em Lima reuniu mais de oito mil participantes de diferentes países da América Latina, Europa e Estados Unidos. Além disso, foram apresentadas mais de 80 marcas, entre expositoras e patrocinadoras.

As empresas expositoras demonstraram uma maior produção em seus stands, por meio de uma maior sofisticação em seus designs e apresentações. A feira também contou com a participação de renomadas operadoras peruanas, como La Tinka, Tinbet, Gana Express e Apuesta Total, que foi patrocinadora do evento.

A jornada acadêmica do segundo dia começou com a apresentação "Multiplicidade de métodos de pagamento, aceitação e crescimento", feita pelo CEO da ProntoPaga, Sebastián Salazar. Ele destacou a necessidade de as operadoras priorizarem os pagamentos em tempo real para seus usuários.

"Temos que entender os hábitos de consumo [dos clientes], interpretá-los e satisfazê-los", afirmou Salazar, que também alertou sobre as inovações tecnológicas que chegarão ao mercado latino-americano, como o UPI, um sistema de pagamento em tempo real que permite aos usuários vincular várias contas bancárias a um único aplicativo móvel.

Em seguida, o diretor regional da Altenar, Hugo Llanos, ministrou a palestra "Operador + Fornecedor, Estratégias para uma Fórmula Vencedora", na qual destacou a importância de as marcas de apostas esportivas online conhecerem "os meandros" dos países em que operam, a fim de alcançar melhor seus clientes.

Sistemas de afiliação

O painel "Desafios do sistema de afiliação no Peru e na América Latina" reuniu Gevorg Rushanyan, gerente da equipe de vendas da Digitain na América Latina, Matias Burga, da Así es el Fútbol, e Ariel Izquierdo, da operadora online betVIP. O diálogo foi moderado por Gustavo Sanchez, CEO da Wintech.

Gevorg Rushanyan

Em sua apresentação, Rushanyan destacou que a Digitain já vinha trabalhando com sistemas de afiliados na Europa e que, com base em uma experiência bem-sucedida e na ausência de canais de varejo, transferiu essa estratégia para o mercado latino-americano, do Brasil e do México.

Ao explicar o funcionamento do sistema, ele destacou que os afiliados vinculados à Digitain solicitam o máximo de informações e dados sobre o fluxo de tráfego que geram, com o objetivo de avaliar seu desempenho e fornecer um melhor feedback aos operadores.

Por sua vez, Sanchez lembrou que um afiliado pode ser tanto um indivíduo que atua como influenciador ou informante, quanto um meio de comunicação. Ele acrescentou que o trabalho não se concentra apenas na aquisição de usuários, mas também na retenção e reativação deles.

Izquierdo disse que os sistemas de afiliação estão se desenvolvendo rapidamente na América Latina e que, de acordo com seus cálculos, entre 30% e 40% dos usuários chegarão às operadoras por meio desse mecanismo nos próximos anos. Portanto, acrescentou, é inevitável que as marcas comecem a explorar essa alternativa.

Jogos sustentáveis e o caso colombiano

Após o painel, foi a vez da vice-presidente da Gaming Laboratories International (GLI) para a América Latina, Caribe e Espanha, Karen Sierra, fazer uma apresentação sobre os fatores necessários para alcançar o jogo sustentável em um ambiente como o latino-americano. Ela destacou a integridade do esporte, a luta contra a ilegalidade, a proteção ao jogador e o jogo responsável.

Karen Sierra

Sobre integridade, a executiva mencionou a relevância da correta identificação do jogador e que ferramentas como a pegada digital ‒ gerada pela atividade e hábitos dos usuários em plataformas online ‒ e a precisão dos dados de apostas servem para evitar fraudes na atividade.

Sierra também lembrou que instituições internacionais como a International Betting Integrity Association (IBIA) e a United Lotteries for Integrity in Sports (ULIS) são uma tentativa das operadoras de coibir práticas que ameaçam a segurança do setor.

Com relação aos jogos ilegais, Sierra disse que é importante que o setor trabalhe em conjunto e que as empresas de meios de pagamento não ofereçam serviços a operadores que não tenham licença para operar em determinadas jurisdições.

Ela elogiou o fato de diferentes instituições da região, como a Loteria da Cidade de Buenos Aires, terem assinado acordos com empresas de mídia social como a Meta (Facebook e Instagram) para bloquear contas de operadores não autorizados.

Em relação ao jogo responsável, Sierra ressaltou a importância do fácil acesso aos serviços de autoexclusão tanto para os usuários quanto para as operadoras. Ao mesmo tempo, alertou sobre os riscos que um contexto de jogos híbridos, cashless, multicanal, land-based e online apresenta aos jogadores.

Em seguida, foi a vez de Samer Atassi, vice-presidente da Jumio para a América Latina, que apresentou a palestra "Tecnologias elementares no iGaming: conhecendo seus jogadores, inteligência artificial, fraude", na qual alertou sobre os perigos envolvidos no uso da tecnologia por criminosos.

Ele argumentou que, com o mercado online prevendo um crescimento exponencial no volume de jogos, é importante aproveitar tecnologias como a inteligência artificial (IA) para evitar fraudes digitais e ataques virtuais a empresas de jogos online. Nesse contexto, Atassi destacou o uso da biometria como uma barreira contra essas ameaças.

Por fim, o advogado Juan Camilo Carrasco, sócio da Asensi & Abogados, fez uma apresentação intitulada "Regulamentação no mercado colombiano e experiências", na qual descreveu o panorama regulatório dos jogos de azar nesse país latino-americano e como uma abordagem que prioriza a segurança jurídica permite a geração de recursos fiscais que contribuem para a saúde.

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