A oposição da bancada evangélica à legalização dos jogos de azar no Brasil rachou a relação da direita e do Centrão no Congresso, afirma reportagem do UOL.
Os evangélicos são a principal força contrária à legalização dos jogos desde que a ideia voltou ser dicutida em 2023, e fizeram todo o possível para barrar o PL 3626/2023 (das apostas esportivas). Agora, são os principais opositores ao PL 2.234/22, que legaliza cassinos em resorts, jogo do bicho, bingos e corrida de cavalos.
Mas esse não é o mesmo possicionamento de grande parte da direita no Congresso, de acordo com a reportagem. Apesar do alinhamento em pautas morais como aborto e drogas, o Centrão no Senado votou pela aprovação do PL dos cassinos.
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"É uma questão profundamente moral", disse ao UOL o senador Eduardo Girão (Novo-CE), membro da Frente Parlamentar Evangélica. "Leva pessoas ao vício, que por sua vez leva muitos ao suicídio, destruindo famílias", diz.
Silas Malafaia
Cientistas políticos ouvidos pelo UOL afirmam que, principalmente em ano eleitoral, se posicionar sobre o que seus eleitores consideram a defesa da moral cristã é vantagem para a banca evangélica.
O plano desses senadores é atrasar o máximo possível a votação em plenário e manter a discussão sobre o assunto. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) pediu uma audiência pública para dicutir o tema e afirmou à reportagem: "A nossa estratégia é que a população tenha conhecimento do que está sendo proposto. Quem defende quer aprovar rapidamente, sem alarde, porque sabe que gera impacto. Nós queremos mais discussão.