ALIADOS EM PAUTAS MORAIS DISCORDAM

Posição oposta sobre PL dos cassinos racha aliança de evangélicos com o Centrão no Congresso

Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress
01-07-2024
Tempo de leitura 2 min

A oposição da bancada evangélica à legalização dos jogos de azar no Brasil rachou a relação da direita e do Centrão no Congresso, afirma reportagem do UOL.

Os evangélicos são a principal força contrária à legalização dos jogos desde que a ideia voltou ser dicutida em 2023, e fizeram todo o possível para barrar o PL 3626/2023 (das apostas esportivas). Agora, são os principais opositores ao PL 2.234/22, que legaliza cassinos em resorts, jogo do bicho, bingos e corrida de cavalos. 

Mas esse não é o mesmo possicionamento de grande parte da direita no Congresso, de acordo com a reportagem. Apesar do alinhamento em pautas morais como aborto e drogas, o Centrão no Senado votou pela aprovação do PL dos cassinos.

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"É uma questão profundamente moral", disse ao UOL o senador Eduardo Girão (Novo-CE), membro da Frente Parlamentar Evangélica. "Leva pessoas ao vício, que por sua vez leva muitos ao suicídio, destruindo famílias", diz.

Já o senador Magno Malta (PL-ES) afirmou: "A questão é que a igreja é um 'hospital', e teremos mais doentes para tratar. Mas o receio é que o Brasil se torne um paraíso para a contravenção."
 
 
A questão é tão importante para os evangélicos no Congresso que uma das tentativas de votação do PL chegou a ser adiada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado após pressão e ameças do pastor Silas Malafaia. O projeto sofreu quatro adiamentos na comissão. 
 

Silas Malafaia
 
Atraso e eleições
 

Cientistas políticos ouvidos pelo UOL afirmam que, principalmente em ano eleitoral, se posicionar sobre o que seus eleitores consideram a defesa da moral cristã é vantagem para a banca evangélica. 

O plano desses senadores é atrasar o máximo possível a votação em plenário e manter a discussão sobre o assunto. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) pediu uma audiência pública para dicutir o tema e afirmou à reportagem: "A nossa estratégia é que a população tenha conhecimento do que está sendo proposto. Quem defende quer aprovar rapidamente, sem alarde, porque sabe que gera impacto. Nós queremos mais discussão.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) quer que a proposta passe por três comissões: a de Assuntos Econômicos, a de Direitos Humanos e a de Segurança Pública. Manter o assunto em debate nacional deve ajudar candidaturas evangélicas nas eleições municipais, afirma um cientista política à reportagem.

As lideranças evangélicas no Congresso serão cabos eleitorais de candidatos a prefeito e vereadores no pleito de outubro. 

 

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