A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou que houve uma queda de 67% dos jogos suspeitos entre janeiro e junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a entidade máxima da modalidade no Brasil, as partidas suspeitas de manipulação caíram de 70 para 23.
A queda nos números é ainda maior se considerados apenas os jogos de campeonatos organizados pela CBF, com redução de 14 casos suspeitos no primeiro semestre de 2023 para um caso em 2024, representando uma queda de 92,8%.
Os números foram divulgados pela entidade após a Operação Jogo Limpo, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira, dia 26 de julho. A ação apreendeu documentos relacionados a uma suspeita de manipulação no jogo entre Inter de Limeira e Patrocinense, pela Série D, no início de junho.
Segundo a CBF, a operação retoma a discussão sobre a atuação de grupos criminosos no futebol do Brasil e como a entidade pode auxiliar as autoridades de investigação no combate a esse tipo de crime.
Uma série de medidas estão sendo desenvolvidas para coibir o esquema criminoso em partidas brasileiras.
“Ao menos seis áreas da CBF estão envolvidas no repasse de informação aos órgãos de investigação, entre elas a Unidade de Integridade, a Diretoria de Registro, Transferência e Licenciamento, a Diretoria de Competições, a Diretoria Jurídica, a Diretoria de Governança e Conformidade e a Comissão de Arbitragem”, disse a confederação em comunicado.
A CBF acrescentou ainda que o “pente fino para apurar possíveis esquemas de manipulação” tem sido feito em jogadores, dirigentes, comissões técnicas, árbitros e outros agentes dos atletas.
Apesar de a CBF apontar queda nos casos de manipulações, representantes das empresas Sportradar e Genius Sports alertaram sobre os riscos do Brasil em relação ao tema.
O gerente de parcerias de integridade da Sportradar, Felippe Marchetti, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado no dia 18 de junho.
Ele explicou como a Sportradar atua na detecção de fraudes e afirmou que há uma grande vulnerabilidade de clubes e jogadores no Brasil em relação à manipulação de resultados.
No mesmo dia, a CPI ouviu também o chefe de integridade para a América Latina da empresa Genius Sports, Tiago Horta Barbosa. Assim como Marchetti, ele chamou a atenção para os riscos que o Brasil enfrenta dentro da temática de manipulação de resultados.