Defendem regulamentação e fiscalização

Legalização dos cassinos: entidades de turismo do Paraná se dizem favoráveis à proposta

João Alceu Rigon Filho, presidente da Abav-PR (imagem: Luís Batista)
08-07-2024
Tempo de leitura 2:01 min

A proposta de legalização dos cassinos (PL 2.234/22), atualmente em discussão no Senado, ganhou o apoio de entidades empresariais do setor de turismo e de bares e restaurantes do Paraná

Entre elas, está a Associação Brasileira de Agência de Viagens do Paraná (Abav-PR), cujo presidente, João Alceu Rigon Filho, destaca a necessidade de uma regulamentação e de uma fiscalização bem feita em cima da atividade.

“Pegando o exemplo da lei das apostas esportivas, que deu o primeiro passo para a regulamentação no Brasil, e colocou as regras do jogo para o segmento, bem como a tributação e demais normas. Nos cassinos, precisa haver algo semelhante para a atividade ser bem organizada”, disse Rigon Filho ao jornal Correio do Litoral.

Ele acrescentou que “em paralelo com a regulamentação, é preciso um trabalho social e de conscientização junto ao público apostador que ajude o autocontrole, para evitar os problemas de desequilíbrio financeiro decorrentes de qualquer jogo”.

O mesmo ponto de vista é compartilhado por Luciano Bartolomeu, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR).


Luciano Bartolomeu (imagem: Sandro Nascimento/Alep)

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“Importante deixar claro que somos a favor da legalização, pois trará para a formalidade esta atividade que já acontece na clandestinidade, sem pagar impostos, muitas vezes ligada a criminosos. Também entendemos que bem regulamentada e fiscalizada, a legalização poderá ser muito útil ao turismo das regiões contempladas. A cautela que devemos ter é após aprovação”, afirmou Bartolomeu, também de acordo com o Correio do Litoral.

A reportagem, no entanto, cita uma avaliação que destoa das opiniões positivas apresentadas por entidades do setor. Na visão de André Alliana, secretário municipal de Turismo de Foz do Iguaçu (PR), a cidade paranaense pode sair prejudicada com a liberação de cassinos no país.

Isso porque a região de Tríplice Fronteira, onde está localizada Foz do Iguaçu, é famosa por oferecer cassinos a turistas no lado das cidades de Ciudad del Este (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina).

Ou seja, por mais que Foz não tenha cassinos, acaba atraindo visitantes que aproveitam para jogar do outro lado da fronteira.

A abertura de cassinos em outros locais do Brasil pode desviar parte desses turistas, impactando negativamente o fluxo de visitantes para Foz do Iguaçu. É crucial que consideremos esses possíveis efeitos ao planejar a expansão do setor de jogos na cidade que precisará ser ainda mais criativa para continuarmos sendo um diferencial. Nossa principal vantagem é imutável, que é ter muitas outras atratividades que vão além dos jogos”, analisou o secretário.

O mesmo projeto que legaliza os cassinos também prevê a liberação do jogo do bicho e dos bingos. Aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado no dia 19 de junho, a proposta aguarda agora votação no plenário, sem, até o momento, uma data certa para ocorrer. Se aprovada e sancionada da forma que está, o Paraná poderá ter um cassino em atividade.

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