A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado pretende ouvir no segundo semestre o jogador Lucas Paquetá, do West Ham e da seleção brasileira. O depoimento do atleta é considerado "fundamental" pelos senadores, afirma a Agência Senado.
“Os fatos tiveram repercussão no Brasil, pois algumas dezenas de apostadores residentes na área de origem do jogador (a ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro) apostaram nos cartões amarelos do atleta e, por isso, fizeram jus à premiação”, afirmou o presidente da CPI, senador Kajuru (PSB-GO), na justificativa do requerimento de convite, que foi aprovado no dia 18 de junho.
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A data do comparecimento de Paquetá à CPI ainda não foi marcada, mas há tempo: Kajuru já afirmou que a CPI estenderá seus trabalhos pelo menos até dezembro, devido à chegada de novos documentos da Receita Federal e Polícia Federal envolvendo suspeitas de manipulação em mais de 300 partidas de futebol.
"A gente vai até o recesso natalino. (...) de 109, subimos para 309 partidas (suspeitas). Creio, então, que está justificado o pedido de prorrogação desta CPI", declarou Kajuru em entrevista à TV Senado em 11 de julho.
Integrantes do MP de Goiás em depoimento à CPI (imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado)
A onda de denúncias e investigações de manipulação de resultados no futebol brasileiro começou com uma operação do Ministério Público de Goiás, em 2022, após uma denúncia do presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo, que é policial militar. O presidente do time, sediado em Goiânia, denunciou a manipulação em três jogos da Série B do Campeonato Brasileiro para favorecer apostadores.
Segundo os depoentes, os atletas também teriam segurado propositalmente a derrota parcial por tempo determinado, em troca de propinas de até R$ 500 mil.