Enjoy aprova plano de recuperação judicial e tem como objetivo "resolver sua situação delicada e se projetar de forma sustentável"
A Enjoy, operadora do setor de jogos da América Latina, anunciou que a assembleia de credores realizada em 7 de agosto aprovou o plano de recuperação judicial, apresentado ao 8º Tribunal Civil de Santiago.
A proposta recebeu o voto favorável de 99,99% dos créditos com direito a voto.
Em um comunicado endereçado à Comissão de Mercado Financeiro (CMF), os representantes da empresa declararam que "a aprovação do acordo é um passo importante dado pela Enjoy para resolver sua situação delicada e se projetar de forma sustentável". No entanto, eles acrescentaram que "ainda há etapas a serem cumpridas para concluir com êxito esse processo, que são explicadas abaixo".
A empresa também indicou que o acordo aprovado visa "(i) a continuação efetiva dos negócios da Enjoy; (ii) a reestruturação da dívida da Companhia; (iii) a venda de certos ativos a fim de usar os recursos de tais vendas para o pagamento antecipado obrigatório aos credores nos termos indicados no Acordo; e (iv) a Reestruturação Corporativa".
O plano aprovado foi a quinta versão a ser submetida aos tribunais chilenos, depois que a empresa alterou o texto pela última vez nas primeiras horas da manhã, no mesmo dia da votação.
De acordo com a Enjoy, "o novo plano apresentado aos credores reflete os termos acordados nas últimas negociações, modificando certos aspectos que estavam no plano anterior apresentado e incorporando novas estipulações".
A empresa ambém anunciou que concordou em convocar "a Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas da Enjoy para o dia 19 de agosto, às 12h, "a fim de submeter à consideração dos acionistas: (i) a renovação total do Conselho de Administração e (ii) adotar as demais deliberações necessárias para efetivar as deliberações adotadas na Assembleia".
O plano de reorganização
De acordo com o acordo de reorganização, o objetivo da proposta é a continuidade efetiva dos negócios da Enjoy e "a reestruturação da dívida da companhia por meio da concessão de novas condições para o pagamento da totalidade dos créditos afetados".
Além disso, busca-se a venda de Ativos de Títulos Internacionais e Unidades de Negócios do Grupo Empresarial, a fim de alocar o produto dessa venda para o pagamento antecipado obrigatório aos Credores em cada caso.
Isso se soma à reestruturação corporativa da Enjoy e de suas subsidiárias, de modo a dar a seus credores diretos e indiretos um grau de controle sobre os ativos e operações relacionados a seus créditos e possibilitar o acesso a novos financiamentos.
Nesse contexto, o acordo aprovado introduz termos e condições que buscam garantir o controle dos credores sobre os ativos da operadora do cassino, otimizar as operações e facilitar o acesso a financiamentos. Com base nisso, propõe-se que os ativos sejam divididos em três: os ativos da International Bond ou das Subsidiárias Relevantes da International Bond, a NewCo 2 e a NewCo 3.
Reestruturação corporativa
Tendo em vista essa divisão, o documento afirma que as Subsidiárias Relevantes do International Bond, controladas pelos credores do International Bond, serão compostas pelos ativos em Coquimbo, Hotel de Pucón, o antigo cassino em Pucón, terrenos em Pucón e a empresa Baluma S.A. e a operadora do Enjoy Casino em Punta del Este, Uruguai. Esses ativos estarão em garantia do bônus internacional, que será pago com os fluxos ou vendas desses ativos.
No caso da NewCo 2, ela incluirá os ativos ou operações relacionados aos credores financeiros, um grupo no qual aparecem os emissores das apólices de garantia ou também chamados de credores contingentes. A essa empresa estarão sujeitas as operadoras de Coquimbo e Pucón, as unidades de Viña del Mar, Rinconada, Antofagasta e Chiloé, que inclui o hotel em Puerto Varas.
Por fim, a empresa NewCo 3 está livre de dívidas controladas pela opção de uma nova holding ou, ainda, pelas subsidiárias controladas pela Enjoy e com ativos que não possuem garantidor, entre os quais estão os centros de San Antonio e Los Angeles, além dos condomínios 1 e 2 de Pucón.
