O relançamento da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex) pela Caixa Econômica Federal está gerando entusiasmo, porém, também causa certo descontentamento entre os empresários lotéricos do Brasil. Após anos de espera, a notícia do retorno da famosa "raspadinha", que fez sucesso no Brasil até 2015, inicialmente trouxe euforia, mas logo se transformou em frustração.
Em artigo publicado no BNLData, Ricardo Amado Costa, presidente do Sindicato dos Empresários Lotéricos do Mato Grosso do Sul (SINAL-MS), expressou preocupações sobre a possível exclusão da rede lotérica do processo de comercialização da Lotex no meio digital.
Sob o argumento de que a Lotex física e online são produtos distintos, a Caixa pretende excluir a rede de lotéricos da operação digital, afirmou Costa. Em outras palavras, os lotéricos ficariam restritos apenas a venda das raspadinhas em formato físico.
“Esperamos tanto tempo para ter o produto e, quando ele está prestes a chegar, a Caixa informa que ‘estaremos no baile, porém apenas em parte dele’. Estamos literalmente nos sentindo barrados no baile!”, disse o presidente do sindicato.
Costa considera essa decisão inaceitável e acusa a instituição de agir por “pura ganância”, destacando que, na operação online, os custos com impressão e logística simplesmente não existem, o que deveria facilitar a inclusão dos lotéricos.
Em artigo, o empresário criticou a postura da Caixa, questionando a lógica por trás da distinção entre os dois produtos.
“Se fosse um produto distinto, não deveria ter processos licitatórios distintos? Os fornecedores não seriam distintos?”, argumentou. Para ele, a justificativa da Caixa não se sustenta, e a decisão pode sinalizar que a instituição vê os empresários lotéricos como dispensáveis na transição para o mercado digital.
O empresário também ressaltou que existem formas modernas de inserção dos lotéricos na operação digital, como programas de afiliados e revenue share, que poderiam ser adotados pela Caixa para incluir seus parceiros na venda online da Lotex.
“Não é possível aceitar a exclusão do mercado digital, afinal é por esse caminho que o mercado caminha”, disse.
Costa pediu respeito aos lotéricos, que, segundo ele, não podem ser considerados uma "subcategoria" sem condições de contribuir para a expansão da operação das loterias nos canais online.
"Queremos respeito, merecemos respeito", afirmou, ressaltando que a luta pela inclusão dos empresários lotéricos na modernização das loterias Caixa está apenas começando.
Em até 60 dias, a Caixa Econômica Federal deve relançar a Lotex, loteria instantânea também conhecida como “raspadinha”. Segundo apuração do site Poder360, a previsão é que isso ocorra na segunda quinzena de outubro.
A publicação cita que o banco tem a expectativa de arrecadar R$ 2 bilhões com o produto em um intervalo de 24 meses.