Um estudo recente realizado pela PwC Strategy& do Brasil Consultoria Empresarial Ltda revelou dados sobre o perfil e o impacto das apostas esportivas online no Brasil. O levantamento aponta que os apostadores são, em sua maioria, homens jovens de classe média baixa, com forte concentração na região Sudeste, conforme publicou o BNLData.
A pesquisa mostra que houve um crescimento acelerado no mercado de apostas esportivas nos últimos cinco anos.
A previsão é de que esse mercado continue se expandindo, o que pode gerar implicações relevantes para diversos segmentos de consumo. Atualmente, essas apostas já representam uma parte significativa dos gastos das classes mais baixas, correspondendo a 76% das despesas desses grupos com lazer e cultura, ou cerca de 5% do que gastam com alimentação.
Em dezembro de 2023, o Brasil regulamentou as apostas esportivas com a Lei 14.790/23, que estabeleceu regras como tributação, modelo de outorga e restrições de público.
Desde 2018, o setor já operava no país e, em 2023, movimentou entre R$ 60 e 100 bilhões. Parte desse valor retorna à economia por meio dos ganhadores, porém, uma parcela significativa é reinvestida em novas apostas, ficando dentro do ecossistema das apostas esportivas.
Segundo dados de setembro de 2023 do Instituto Locomotiva, 33 milhões de brasileiros de baixa renda já realizaram apostas esportivas. Desse total, 22 milhões apostam com regularidade, ao menos uma vez por mês.
Em termos de gênero, 73% dos apostadores são homens e 27% mulheres. Em relação à faixa etária, 10% têm entre 18 e 29 anos, 35% entre 30 e 49 anos, e 55% têm 50 anos ou mais. A maior parte dos apostadores pertence à classe C (53%), seguida pelas classes D e E (23%) e A e B (24%).
A pesquisa aponta que os gastos com apostas esportivas cresceram consideravelmente nos últimos anos. O peso das apostas no orçamento familiar passou de 0,2% em 2018 para 0,7% em 2023, o que representa um crescimento de 3,5 vezes.
A participação das apostas no orçamento destinado a lazer e cultura aumentou de 10% para 38%, enquanto os gastos com alimentação passaram de 1,5% para 4,4%.
Nas classes C, D e E, muitos consumidores realocaram seus gastos em função das apostas. Parte do dinheiro que era destinado à poupança (52%), bares e restaurantes (48%) e compra de roupas e acessórios (43%) agora é utilizado para apostas. O mesmo fenômeno é observado nos gastos com entretenimento, como cinema e teatro (41%).
A pesquisa completa pode ser conferida pelo link.