SOLICITOU 5% DA ARRECADAÇÃO

CBF considera mudanças nas regras dos campeonatos após ficar sem o dinheiro das bets

Imagem: Lucas Figueiredo/CBF
28-08-2024
Tempo de leitura 1:30 min

Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está avaliando mudanças nas regras dos campeonatos nacionais, para obrigar os clubes a destinarem uma parte das receitas provenientes das casas de apostas à entidade, conforme informou reportagem da Folha de S. Paulo

Essa possível alteração surge após uma tentativa frustrada da CBF de garantir uma parcela da arrecadação das bets, cuja atividade foi recentemente regulamentada no Brasil.

De acordo com fontes envolvidas nas negociações, a CBF solicitou inicialmente 5% da arrecadação bruta das apostas esportivas geradas pelo futebol brasileiro, sugerindo que esse valor fosse dividido com o governo.

No entanto, após o governo negar essa solicitação, a confederação passou a considerar mudanças nas regras dos campeonatos, cita a reportagem da Folha.

A ideia seria que parte dos recursos obtidos pelos clubes com as casas de apostas fosse direcionada para financiar programas mantidos pela CBF, destinados a combater a manipulação de resultados nas partidas.


Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (imagem: Rafael Ribeiro/CBF)

Em discussões com o governo, a CBF estimou que o custo anual desse programa seria de cerca de US$ 15 milhões (cerca de R$ 82 milhões). Os clubes, entretanto, têm se mostrado contrários à proposta, argumentando que a responsabilidade por essas iniciativas é da própria CBF.

Negociação

A negativa inicial ao pedido da CBF veio da equipe econômica do governo, após tentativas da entidade de negociar com o Palácio do Planalto e o Ministério do Esporte. A confederação defendia que o futebol é responsável por praticamente toda a movimentação das apostas esportivas no país e, por isso, queria centralizar os recursos antes de redistribuí-los aos clubes, similar ao que ocorre com o Comitê Olímpico.

Os clubes, no entanto, se opuseram a essa proposta, alegando que as negociações com as casas de apostas são de natureza privada.

Conforme levantado pela reportagem, eles também alegaram ao Ministério da Fazenda que a CBF já recebe uma porcentagem das apostas relacionadas aos jogos organizados pela entidade, além de uma fatia das apostas no Brasil que envolvem clubes estrangeiros.

A apuração indica ainda que a CBF tentou incluir na legislação uma cláusula que definisse esses recursos como privados, buscando assim evitar a fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU). Porém, essa solicitação também foi rejeitada. 

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