Depois da prisão de um grupo de 11 colombianos que exploravam uma loteria ilegal em vários bairros o município de Canoas (RS) em julho, o jornal Zero Hora noticia que os estrangeiros continuam a vender cartelas de loteria ilegais na Região Metropolitana da capital gaúcha.
Os colombianos presos fizeram acordos de transação penal com a Justiça, que estabeleceram penas alternativas e não foram para a cadeia, mas agora o grupo passou a agir em outros municípios, revela a reportagem.
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Grupo atua em plena luz do dia nas ruas de Porto Alegre (Jonathan Heckler/Grupo RBS)
A investigação do Zero Hora encontrou pessoas vendendo loterias ilegais em Porto Alegre (chamada Fortuna), Alvorada (com nome de Sua Sorte) e Cachoeirinha (o Pegue Sorte).
Cada bilhete custa R$ 5 e contém oito sequências de quatro números. No verso do cupom, há um carimbo com a data de validade da aposta.
Sorteios pelo WhatsApp
Em Canoas, os sorteios ocorriam em plena rua, junto a estabelecimentos comerciais. Após as prisões, eles mudaram de cidade e passaram a sortear os números ganhadores em manobras feitas dentro de residências particulares.
A rodagem do globo com as bolinhas é filmada e veiculada por meio do WhatsApp, cujo número está impresso no bilhete vendido aos consumidores. Não há qualquer tipo de conferência ou auditoria e o sorteio sequer é testemunhado pelos apostadores.
A ausência de licença de Ministério da Fazenda caracteriza exploração do jogo do azar. Em Canoas, o grupo também ofertava cartões para empréstimos com juros abusivos. A prática é considerada agiotagem e punida com até cinco anos de prisão.
Uma investigação foi aberta pela Polícia Civil, mas não houve indiciados, porque testemunhas não apontaram os chefes do esquema.