Criar possíveis limitações no uso de cartão de crédito e na liberação de empréstimos consignados (no holerite) voltados para pagamentos em jogos.
Essas são algumas das propostas que o comando da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), maior entidade supermercadista do país, levará a Brasília para exigir normas mais rígidas envolvendo a regulamentação das apostas esportivas online. A informação é do jornal Valor Econômico.
A associação afirma que há um possível efeito no consumo das empresas do setor varejista por conta da explosão de apostas no país, e quer que o governo tome ações e edite portarias cerceando o alcance das bets.
O CEO do Magazine Luiza, Frederico Trajano, também demonstrou preocupação com o avanço das apostas
A reportagem afirma que, em pesquisas internas, "redes identificaram que empregados estariam obtendo empréstimos na folha de pagamento, em parte, para fazer jogos online e pagar dívidas."
Essa discussão vem desde o início do ano, quando o Instituto Locomotiva publicou um estudo que detectou que o brasileiro estaria utilizando os recursos que guarda na poupança para tentar a sorte nas bets.
O aumento nos gastos no setor estaria, desde aquela época, preocupando especialmente o varejo alimentar, cujas vendas são mais dependentes da renda familiar do que de crédito.
Em abril, o presidente da Abras, João Galassi, já havia pedido ao Ministério da Fazenda a aplicação do Imposto Seletivo (IS) sobre a atuação das casas de apostas.
Urgência
O conselho consultivo da Abras tem uma reunião nesta sexta-feira, 30 de agosto, às 16h, para tentar "avançar de forma mais efetiva para agilizar a discussão em Brasília, para realmente termos limitações de valores e na propaganda”, disse Márcio Milan, vice-presidente da associação.
A intenção é que, pela urgência do tema, a questão avance junto aos políticos da mesma forma que avançou a polêmica do crescimento dos marketplaces asiáticos, quando uma portaria foi publicada com regras de atuação mais claras, disse ao Valor uma fonte a par do tema.
Empresários do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) já estiveram com o vice-presidente Geraldo Alckmin tratando desse assunto, declarou, nesta semana, o CEO do Magazine Luiza, Frederico Trajano.