O governo colombiano, liderado por Gustavo Petro, pode aplicar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) de 19% ao setor de jogos de azar online como parte de uma nova reforma tributária, com o objetivo de financiar o orçamento de 2025.
De acordo com a revista colombiana Semana, o ministro das Finanças, Ricardo Bonilla, reuniu-se na segunda-feira, 2 de setembro, com parlamentares encarregados do projeto de lei orçamentária para o próximo ano e, na reunião, tentou convencê-los de que a reforma tributária garantirá “uma fonte de financiamento” de cerca de 12 de pesos colombianos bilhões (US$ 2,9 bilhões).
Entre os aspectos a serem reformados, o ministro disse aos legisladores que “eles imporão um IVA de 19% sobre os jogos de azar online, ou seja, aqueles operados pela Internet, cuja alíquota atualmente é zero”.
“Estamos identificando esses valores”, disse Bonilla em relação às empresas de jogos de azar online que operam na Colômbia e cuja ‘grande parte desses recursos vai para fora do país’.
Por sua vez, Wadith Manzur, um dos membros da Câmara dos Deputados com quem o ministro se reuniu, confirmou que a administração de Petro está de olho em novas fontes de receita que afetarão diretamente os setores que até agora têm sido muito pouco tributados.
De acordo com a Blu Radio, o governo de Petro calculou que o novo imposto que seria aplicado ao setor online arrecadaria 2 bilhões de pesos colombianos, o equivalente a US$ 478,2 milhões.
Resposta da Asojuegos
A Associação Colombiana de Operadores de Jogos (Asojuegos) já expressou sua rejeição à possível aplicação do imposto de 19% aos operadores online e alertou que o novo tributo seria repassado diretamente ao consumidor, o que beneficiaria o jogo ilegal.
Juan Carlos Restrepo
A associação explicou que, atualmente, o jogador tem um retorno entre 90% e 95%, o que significa que, para cada peso colombiano apostado, entre 90 e 95 centavos retornam ao jogador. Se o IVA for aplicado, o retorno será de 78%.
“Os jogadores vão preferir apostar em plataformas internacionais que não cobram IVA e que garantem o mesmo retorno que têm hoje com as empresas que oferecem serviços de entretenimento na Colômbia”, questionou o presidente da Asojuegos, Juan Carlos Restrepo.
O empresário também advertiu que os recursos “que hoje são arrecadados para a saúde iriam para empresas que não pagam impostos na Colômbia nem operam legalmente no país”.
“Parece-me uma medida gravemente equivocada que atingirá a renda que existe hoje para a saúde na Colômbia, porque a operação de jogos online vem crescendo muito significativamente em termos de recursos e contribuições para o setor de saúde”, concluiu Restrepo.