Uma reportagem do Fantástico no último domingo, 8 de setembro, afirmou que a Polícia Civil de Pernambuco apreendeu anotações em banca do jogo do bicho que ajudaram a nas investigações da Operação Integration, sobre a suposta organização criminosa que movimentou quase R$ 3 bilhões provenientes de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.
Segundo a reportagem, a apreensão de um saco de dinheiro com R$ 180 mil, em 2022, deu início à investigação. Um caderno de anotações de anotações foi encontrado na banca de jogo do bicho O Caminho da Sorte, em Recife (PE). Segundo a polícia, o caderno seria de Darwin Henrique, que atuaria como banqueiro do jogo do bicho na cidade.
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Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da Esportes da Sorte
Ele é pai de Darwin Henrique da Silva Filho, o CEO da Esportes da Sorte, que teve mandado de prisão decretado na operação e se entregou à polícia junto com a esposa, Maria Eduarda Quinto Filizola. O pai é considerado foragido, afirma a reportagem.
Segundo o Estadão, entre o material apreendido há anotações "diárias das apostas e dos prêmios pagos do jogo do bicho e do futebol (Esportes da Sorte), canhotos de aposta com o timbre da banca Caminho da Sorte e Esportes da Sorte, contabilidade de algumas lojas físicas da Esportes da Sorte, tudo demonstrando a relação umbilical entre as duas modalidades tipificadas como contravenção penal (jogo do bicho e jogo de azar)”, diz o relatório policial obtido pelo jornal.
Esquema de lavagem de dinheiro
Segundo Renato Rocha, delegado-geral da Polícia Civil de Pernambuco ouvido pelo Fantástico, as informações do caderno indicavam esquema de lavagem de dinheiro e forneciam pistas de outros integrantes do esquema.
De acordo com as investigações, os integrantes do grupo utilizam novas tecnologias e empresas de diferentes setores para fazer com que o dinheiro lavado volte à circulação.
A Justiça também emitiu mandado de prisão contra o dono da VaideBet, José da Rocha Neto, considerado foragido. Segundo as investigações, a empresa do cantor sertanejo Gusttavo Lima seria usada no esquema de lavagem de dinheiro junto a empresas de Rocha Neto.
Ao Fantástico, a equipe de defesa do empresário alegou que "não existe qualquer indício de sua participação em atos ilícitos" e que seu patrimônio é declarado e regular. A equipe do cantor afirma que o sertanejo tem apenas um contrato de uso de imagem com a VaideBet e que nem ele e nem a Balada Eventos "fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de exploração de jogos ilegais e lavagem de dinheiro".
A empresária e influencer Deolane Bezerra, presa na semana passada e solta ontem, faria parte desse esquema. Ela teria aberto, em julho, a casa de apostas Zeroumbet Plataforma Digital LTDA com capital social declarado de R$ 30 milhões para lavagen de dinheiro.
A Justiça bloqueou R$ 20 milhões das contas de Deolane, e outros R$ 14 milhões de empresa em nome da influenciadora. Sua defesa nega as acusações.