Associações ligadas ao setor de jogos e apostas divulgaram uma “carta aberta à nação” em que defendem a regulamentação do mercado e o compromisso com os consumidores.
“Nos últimos meses, diversos setores da economia têm demonstrado preocupações, muitas vezes precipitadas, sobre eventuais impactos desses serviços de entretenimento sobre a população. Por isso, as operadoras que subscrevem a presente Carta Aberta à Nação Brasileira vêm esclarecer alguns pontos e manifestar o seu compromisso com a proteção dos consumidores, a transparência e o combate a quaisquer práticas nocivas”, diz um trecho do texto.
A carta é assinada pela Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL, organizadora da ação), pelo Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL), Associação Internacional de Gaming (AiGaming), Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (ABRADIE) e Associação em Defesa da Integridade, Direitos e Deveres nos Jogos e Apostas (ADEJA).
As entidades citam que o mercado brasileiro cresceu sem regulamentação, atraindo empresas sérias, mas, também, “casas de apostas aventureiras e sem compromisso com integridade e responsabilidade”.
Na visão das associações, a partir de 1º de janeiro de 2025, o Brasil passará a ter um ambiente mais seguro com a entrada em vigor de todas as regras da regulamentação.
A carta questiona a afirmação feita por alguns setores da economia de que as apostas estariam prejudicando o padrão de consumo da população brasileira ou levando famílias a se endividarem.
“Tal inferência, inclusive, não encontra respaldo factual. Os dados divulgados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE mostram que, só no segundo trimestre deste ano, o consumo das famílias avançou 1,3% em relação ao primeiro trimestre do ano e impressionantes 4,9% na comparação com igual período de 2023. Ou seja, os brasileiros não estão deixando de consumir para apostar”, diz o texto.
“Uma das pesquisas divulgadas recentemente apontou uma média de 1,38% de utilização do orçamento doméstico, por apostadores dos estratos sociais D e E, com apostas. A indústria que atua de forma séria no país não reconhece essas camadas sociais como seu principal público consumidor, que se concentra mais nos perfis B e C. Portanto, pessoas mais vulneráveis financeiramente, ainda que estejam presentes no universo de apostadores, representam ínfima parcela”, acrescenta o texto.
Por outro lado, as entidades que assinam a carta dizem que a indústria não ignora “os lamentáveis casos reais, que têm sido veiculados, de compulsão, ainda que raros”.
As associações afirmam que as operadoras estão investindo na conscientização e educação dos apostadores, por meio de campanhas e mensagens de que jogos onlines e apostas esportivas são entretenimento e não fonte de renda.
A carta completa pode ser lida neste link.