LEVANTAMENTO DO JORNAL O GLOBO

Desde 2023, 101 influenciadores já foram investigados por envolvimento com jogos de azar ilegais

Nego Di e sua esposa, Gabriela Souza, foram presos por vender rifas virtuais ilegais
18-09-2024
Tempo de leitura 1:47 min

Um levantamento do jornal O Globo concluiu que 101 influenciadores foram alvos da polícia em 18 estados desde o ano passado por suspeita de envolvimento com jogos de azar ilegais desde 2023, uma média de um influencer investigado por semana.

O mais recente caso, que alcançou as manchetes de todo o país, é o da empresária e influencer Deolane Bezerra, presa na Operação Integration por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro ligado a jogos ilegais e casas de apostas.


Deolane Bezerra sendo presa

Há também o caso de Nego Di e de sua esposa, Gabriela Souza, presos em julho em operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) que investiga rifas virtuais promovidas pelo casal. Com preços baixos e ofertas de prêmios de alto valor (que muitas vezes não são entregues), a ação é ilegal porque os sorteios não têm registro nos órgãos competentes ou autorização do Ministério da Fazenda para ocorrer.

Esses são dois exemplos de celebridades com milhões de seguidores, mas dezenas de influenciadores com menos alcance já foram alvos por envolvimento com rifas e jogos de azar, os principais fatores que põem essas pessoas na mira dos investigadores. Muitos casos envolvem promessas de dinheiro fácil dos cassinos online, como no caso do Fortune Tiger, conhecido com o Jogo do Tigrinho.

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"Vida de luxo"

Ao Globo, o delegado da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais, Márcio Rocha, conta que os crimes de influenciadores entraram apenas recentemente no radar das autoridades. Segundo Rocha, registros de investigações anteriores a 2023 são raros. A primeira operação que o policial executou de ilegalidades de influencers foi no fim do ano passado.

Clique e castigo: Brasil tem um influenciador na mira da polícia por semana devido a crimes digitais como estelionato

"Muita gente de vários estados começou a entrar em contato, querendo entender como funcionou a investigação. Todo mundo via o fenômeno. Cada dia aparece um caso novo", ele comenta.

O delegado também nota um padrão no perfil da maioria dos influenciadores que divulgam o Tigrinho: "Eles são cooptados por empresas e ensinados a fazer a divulgação. Gravam vídeos dizendo que ganharam fortunas e mostram essa ascensão social. É sempre isso: alguém que veio do nada e hoje tem uma vida de luxo".

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