Preocupação com a saúde mental dos apostadores

Ministra da Saúde defende "forte regulação" das apostas online

Nísia Trindade (imagem: José Cruz/Agência Brasil)
19-09-2024
Tempo de leitura 1:17 min

Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o setor de apostas online exige uma “forte regulação” diante das preocupações com a saúde mental dos apostadores. A declaração foi dada em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto e repercutida pelo Estadão Conteúdo/UOL.

"Acho que essa questão dos jogos nos meios virtuais, cada vez mais intensa, seu impacto na vida das pessoas e na saúde mental requerem uma forte regulação. Nós temos buscado fortalecer dentro de toda uma estratégia na área da saúde mental", declarou Trindade.

Segundo a ministra, o governo federal está participando da discussão desse tema. O secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena, já havia adiantado que serão lançadas campanhas de conscientização combatendo a dependência psicológica dos jogos e promovendo o jogo responsável.

No entanto, uma reportagem de julho da Deutsche Welle (DW) afirmou que o Brasil não tem a estrutura necessária para tratar vício em jogos.

A começar pelos dados de ludopatia entre a população: os mais atualizados são de uma década atrás, muito antes do fenômenos das bets, segundo o psiquiatra Rodrigo Machado, do Ambulatório de Dependência Tecnológica do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP). 

Um levantamento da USP de 2014 mostrou que 1% população brasileira poderia desenvolver jogo patológico ao longo da vida, enquanto outro estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de 2009, mostrou que 1,6% dos adolescentes entrevistados tinham problemas com jogos de azar.

"São dados defasados, pois naquela época você não tinha os cassinos online disponíveis via smartphone, não tinha a disseminação das bets esportivas. A gente não consegue ter acesso a um cenário real estatístico no Brasil, nem dizer se há um aumento de casos", explicou Machado à reportagem da DW

As informações mais atuais do Ministério da Saúde mostram que o número de pessoas atendidas por jogo patológico no SUS aumentou de 108 para 1,2 mil entre 2018 e 2023.

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