MGM busca entrar no mercado dos Emirados Árabes com pedido de licença de cassino

A MGM Resorts entrou oficialmente com seu pedido de licença de cassino nos Emirados Árabes Unidos (EAU), buscando se tornar a segunda grande operadora a entrar na crescente indústria de jogos da região. 

A notícia foi confirmada por Bill Hornbuckle, CEO da MGM Resorts, durante palestra no Skift Global Forum, em Nova York, em 19 de setembro. O pedido acontece no momento em que o resort Wynn também aguarda nos bastidores por uma licença de cassino dos Emirados Árabes Unidos.

Hornbuckle explicou que o pedido de licença foi submetido ao governo de Abu Dhabi, com a decisão final exigindo aprovação federal e local.

“Do jeito que vai funcionar, o governo federal, o governo de Abu Dhabi, vai aprovar”, disse Hornbuckle.

Hornbuckle expressou otimismo de que mais clareza sobre o mandato federal e a supervisão regulatória surgiriam até o final do ano. Os laços da MGM com os Emirados Árabes Unidos decorrem de um relacionamento de longa data com a região, particularmente por meio de sua parceria passada com o Dubai World, uma colaboração que levou ao desenvolvimento do CityCenter na Las Vegas Strip em 2007.

A MGM comprou a participação da Dubai World na joint venture em 2021 por US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 10,1 bilhões), vendendo posteriormente os imóveis Aria e Vdara por US$ 3,89 bilhões (cerca de R$ 21,3 bilhões) no mesmo ano.

A presença da MGM nos Emirados Árabes Unidos não é novidade. A empresa já está trabalhando em um grande projeto em Dubai, desenvolvendo um resort de luxo na Jumeirah Beach em parceria com a empresa local Hospitality and Leisure.

Este projeto, definido para incluir as marcas MGM, Bellagio e Aria, contará com 1.500 quartos de hotel e vários pódios, que Hornbuckle indicou que poderiam potencialmente acomodar jogos de azar caso Dubai decida legalizá-los.

No entanto, Dubai ainda precisa fornecer uma posição clara sobre jogos de azar.

A MGM está em Dubai desde 2015, disse Hornbuckle no início deste ano na conferência ICE London. Ele sugeriu que Abu Dhabi pode assumir a liderança na legalização dos jogos, dada sua posição como capital dos Emirados Árabes Unidos.

No entanto, mesmo que os jogos de cassino sejam legalizados, eles provavelmente continuarão proibidos para os cidadãos dos Emirados, já que a indústria atende principalmente à grande população de estrangeiros, que representa cerca de 80% a 90% dos residentes do país.

A competição por uma licença de cassino na região é acirrada. O Wynn Resorts já está construindo uma propriedade de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 21,8 bilhões) na Ilha Al Marjan em Ras Al-Khaimah, outro emirado nos Emirados Árabes Unidos. O resort, cuja inauguração está prevista para 2027, está aguardando sua licença de cassino da Autoridade Reguladora Geral de Jogos Comerciais (GCGRA). 

A mudança dos Emirados Árabes Unidos em direção aos jogos reflete uma tendência mais ampla de afrouxamento de restrições na região, com países como Arábia Saudita e Catar também aumentando os esforços para atrair turistas globais. A criação da GCGRA no ano passado sinalizou uma mudança nas atitudes oficiais em relação aos jogos de azar, que continuam proibidos pela lei islâmica.

Hornbuckle continua esperançoso de que a MGM garantirá uma licença, particularmente dada sua experiência e história na região. “É um enorme mercado de viagens”, ele disse, notando o potencial de atrair turistas de países como Índia, China e outras partes do Oriente Médio. “Estamos animados com o que ele apresenta e esperamos estar lá.”