ENTREVISTA COM JUAN BARRACHINA, DA RUSHBET

“Regulamentação com impostos muito altos impede que os jogadores canalizem para as operadoras licenciadas e se afastem do mercado ilegal”

24-09-2024
Tempo de leitura 3:52 min

Durante a GAT Showcase Santo Domingo, evento realizado na semana passada na capital da República Dominicana, o Yogonet teve a oportunidade de entrevistar Juan Barrachina, executivo com vasta experiência na região e que atualmente está trabalhando na análise de novos mercados para a operadora norte-americana Rushbet.

Quando perguntado sobre o estado atual do mercado online, Barrachina considerou que “é importante que todos os países estejam no processo de regularização dos jogos de azar online”.

“Acreditamos que, mais cedo ou mais tarde, poderemos dizer que 100% dos países da região terão licenças e regulamentações ativas de jogos online e, como uma empresa que opera somente em mercados 100% regulamentados, acompanhamos esse processo de perto. Recentemente, com a Rushbet, lançamos nossa operação no Peru, com uma licença do Mincetur [Ministério do Comércio Exterior e Turismo], e estamos avaliando a oportunidade oferecida pelo Brasil. Já sabemos que as empresas que se candidataram antes de 20 de agosto poderão operar, e estamos monitorando outros países para expandir, como a República Dominicana e outros mercados atraentes na América Central”, acrescentou o executivo.

As duas operações mais antigas da empresa na América Latina estão no México e na Colômbia. Como vocês estão posicionados nesses mercados atualmente e como o negócio está funcionando?

Com a Rushbet, começamos a operar na Colômbia há cerca de seis anos, e estamos muito satisfeitos. Nós nos posicionamos na segunda ou terceira posição, entre as 15 operadoras que têm licenças concedidas pela Coljuegos, e estamos lutando em igualdade de condições com a Wplay, que é uma operadora muito importante que tem a Playtech como parceira estratégica. Portanto, estamos muito satisfeitos com a forma como desenvolvemos e evoluímos nossos negócios nesse mercado.

Isso nos deu a oportunidade de tentar fazer o mesmo no México, onde estamos operando há cerca de três anos, com resultados positivos e crescendo mês a mês. E agora, muito recentemente, lançamos no Peru há apenas um mês, é algo muito novo, e ainda estamos ajustando a plataforma e a operação. Em pouco tempo, esperamos lançar nossa primeira campanha de marketing nesse mercado, que é muito atraente e desafiador para nós.

Em suma, a Colômbia é um sucesso total para uma empresa de capital aberto que opera em 16 estados dos Estados Unidos, e é isso que nos dá força para tentar crescer ainda mais.

Tendo em mente que a maioria das empresas internacionais está olhando atentamente para o mercado brasileiro, como você tem visto o processo de regulamentação no Brasil e quais são suas expectativas para poder entrar no mercado brasileiro?

Bem, a empresa está monitorando de perto esse mercado há mais de um ano. Participamos de diferentes feiras e conferências, tivemos reuniões com operadoras locais, que são muito importantes no país, mas decidimos não solicitar licenças antes de 20 de agosto porque sabemos que é um mercado muito competitivo e muito difícil para uma empresa que está começando do zero. Isso não significa que abandonamos o projeto, mas sim que estamos monitorando para ver como ele evolui e como se desenvolverá a partir de janeiro.

Estamos muito interessados nas últimas notícias de que as autoridades vão bloquear as operadoras que não solicitiram licença. No nosso caso, como não operamos lá, isso não nos prejudica; mas vamos ver se é verdade que eles fazem isso, e como e quais resultados eles obtêm nesse sentido.

É um mercado muito grande, definitivamente muito interessante, o maior da América Latina, e continuaremos a analisá-lo com muita atenção.

E tendo em mente que estamos atualmente na República Dominicana, onde está ocorrendo o evento organizado pelo GAT, quais são suas expectativas para um mercado como esse?

Com a Rushbet viemos conhecer o mercado, participar da exposição e da conferência de José Aníbal Aguirre, que apreciamos muito, e ficamos surpresos com o grande número de cassinos, loterias e bancos de apostas esportivas que existem aqui.

A cultura de jogos de azar dos dominicanos é muito grande, muito forte, e é um mercado muito interessante para nós, porque nossos jogadores adoram beisebol e esportes nos Estados Unidos. Isso nos atrai como operadores presentes nos Estados Unidos, e vamos acompanhar esse mercado, analisando suas alternativas nos próximos meses, e veremos qual decisão a administração da empresa tomará com base nessas análises.

Mas podemos dizer que estamos monitorando a República Dominicana, assim como outros mercados que nos chamam a atenção, como Equador, El Salvador e outras opções na América Central.

Do ponto de vista do jogo online, o que a América Latina precisa para ter um mercado ainda mais seguro ou mais estável?

Eu vejo que a América Latina já tem mercados muito seguros, especialmente em países com regulamentações claras, como a Colômbia ou agora o Peru, ou mesmo a Argentina, onde as próprias autoridades estão trabalhando em muitos aspectos relacionados ao jogo responsável.

Acho que em vários mercados estão trabalhando hoje com um olho na prevenção da lavagem de dinheiro e na luta contra o mercado ilegal, que existe nesses países. Portanto, acho que as coisas foram feitas muito bem e estamos vendo bons resultados, apoiados pelo sucesso de várias empresas internacionais, tanto nacionais quanto internacionais.

Na Argentina, há um mercado que, apesar de fragmentado, tem reguladores que estão ocupados com a questão, compartilhando entre si as melhores e piores experiências que tiveram quando se trata de regulamentação, e isso também é visto no caso do Peru, com uma regulamentação muito positiva.

Outro aspecto é o que acontece quando, em alguns mercados, fala-se em possíveis reformas tributárias ou em tributar o jogo online muito mais do que é tributado internacionalmente.

Isso é um problema, principalmente para os jogadores, porque uma regulamentação com alíquotas de impostos muito altas significa que os jogos de azar não são canalizados para as operadoras licenciadas e vão para o mercado ilegal. Mas eu diria que quase todas as autoridades da América Latina têm trabalhado bem o assunto.

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