Já está na mesa do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) contra a lei 14.790/23, que regulamenta as apostas esportivas online.
A ação, impetrada nesta terça-feira, 24 de setembro, tem o objetivo de declarar inconstitucional a lei que regulamenta o setor, aprovada em dezembro de 2023 pelo Congresso - um esforço do governo Lula para regulamentar o setor depois que o ex-presidente Michel Temer tornou legal a prática de apostas de quota fixa no país, por meio da lei 13.756/2018.
A ADI completa pode ser lida neste link.
O Jornal de Brasília também afirma que a ação pede uma medida cautelar para interromper imediatamente a eficácia da lei, interrompendo o processo de regulamentação.
José Roberto Tadros, presidente da CNC (Divulgação/CNC)
Segundo a ação, “ao aumentar a disponibilidade de apostas esportivas no Brasil vem desencadeando de forma proporcional o endividamento das famílias, levando parte significativa da sociedade a um comportamento financeiro de altíssimo risco, e prejudicando consideravelmente a economia doméstica, o comércio varejista e o desenvolvimento social”.
Reação
A reação de diversos setores ao crescimento das apostas esportivas online no país tem sido cada vez mais dura. Além de declarações do setor varejista e de alimentação, CNC publicou, na última sexta-feira, 20 de setembro, um estudo de sua autoria em que faz uma relação direta do crescimento das apostas e cassinos on-line com a inadimplência no país, além de uma suposta queda de consumo no varejo.
O documento afirma que, no primeiro semestre de 2024, “os cassinos online colocaram 1,3 milhão de brasileiros em situação de inadimplência, retirando R$ 1,1 bilhão do consumo do varejo nacional”.
Já associações ligadas ao setor de jogos e apostas divulgaram, em meados de setembro, uma “carta aberta à nação” em que defendem a regulamentação do mercado e o compromisso com os consumidores.
As entidades citam que o mercado brasileiro cresceu sem regulamentação, atraindo empresas sérias, mas, também, “casas de apostas aventureiras e sem compromisso com integridade e responsabilidade”.