O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 25 de setembro, que a pasta terá um sistema de controle para impedir apostas online com cartão de crédito.
Ele também disse que haverá monitoramento de CPFs de pessoas que apresentarem comportamento de dependência dos jogos.
"Teremos CPF por CPF de quem está apostando", reiterou. A informação está no g1.
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Os dados do Banco Central (BC) apontam que os brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas online de janeiro a agosto deste ano. Outro dado que chamou a atenção foi o gasto em apostas de R$ 3 bilhões dos recursos do Bolsa Família por meio de Pix apenas em agosto, cerca de 21% do total distribuído pelo governo.
"Teremos um sistema de alerta em relação a pessoas que já estão revelando uma certa dependência psicológica do jogo", afirmou o ministro, cuja pasta tem trabalhado em conjunto com o Ministério da Saúde para identificar como tratar a dependência relacionada às plataformas de apostas.
"Em cinco anos sem regulação, já tem gente que deve estar precisando de apoio profissional. Então, o nosso objetivo é, sim, não dar incentivo fiscal para o jogo. Por isso, também tem a tributação", disse.
Ele também airmou que “toda a regulamentação é voltada para tratar os jogos como se trata cigarro. Tem uma dimensão de entretenimento, mas você vai botar 10 reais numa aposta para seu time, vai consumir uma parte da renda”.
Ainda não há mais detalhes sobre como funcionará o sistema de controle.
Publicidade
Haddad também está preocupado com a explosão da publicidade, e afirmou que o próximo passo será disciplinar a publicidade, a fim de evitar campanhas ostensivas das bets — o que, segundo o ministro, já "tem acontecido".
A grande maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos, aponta o relatório do BC. O valor médio mensal das transferências aumenta conforme a idade. Para os mais jovens, os aportes chegam aos R$ 100 por mês. Já os mais velhos gastam mais de R$ 3 mil mensalmente.
O arquivo completo com o estudo do BC pode ser lido neste link.