O senador Irajá Silvestre (PSD-TO), relator do PL 2.234/22, que libera o funcionamento de cassinos, bingos e jogo do bicho, afirmou que as críticas e controvérsias envolvendo as casas de apostas online não afetam as discussões do projeto.
Na visão de Irajá, os jogos físicos são a "parte boa e responsável" do segmento. A declaração foi feita à coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
"Eu fico ainda mais animado com a aprovação do projeto dos jogos físicos. Porque, na verdade, o jogo físico é a parte boa dos jogos, porque tem a geração de emprego, geração de renda, você movimenta a economia real, a construção civil", disse.
O texto do PL já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado em junho. Irajá afirmou em agosto acreditar que já há votos suficientes para aprovar a matéria no plenário do Senado. Ele vê possibilidade de o projeto ser votado após as eleições, ainda em outubro.
Membros do governo federal já se manifestaram publicamente a favor do projeto. Entre eles, estão o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil). Este último, inclusive, tem sido um dos defensores mais fortes da legalização, sob o argumento de que os cassinos integrados com resort impulsionarão o setor turístico do Brasil.
"Os indicadores dos outros países que já aprovaram o jogo físico, o jogo responsável, provam por A mais B que foram decisões acertadas, que [o jogo físico] movimentou o turismo desses países. É o cenário que a gente vislumbra também aqui no Brasil", defende.
Irajá disse ainda que os cassinos geram mais investimentos, tributos e empregos que as apostas online, e que apresentam outra vantagem: a fiscalização.
"O governo tem condições de fiscalizar. Se você tem um estabelecimento físico, você pode mandar a polícia fiscalizar, você pode controlar o acesso das pessoas, a Receita Federal pode auditar, então é diferente", diz. "Agora, vai cercar as empresas de aposta online. Elas funcionam em outros países, muitos paraísos fiscais. Como que você impede o acesso de crianças e adolescentes a esses sites?", questionou.