A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) irá recomendar às suas associadas a suspensão do uso de cartões de débito vinculados ao programa Bolsa Família para apostas online, publicou a Folha de S. Paulo.
A medida, que ainda será formalizada, segue as preocupações do governo federal com o aumento de gastos de beneficiários do programa em plataformas de apostas.
Entre as empresas associadas à ANJL estão GaleraBet/PlayTech, Big Brazil, F12, PagBet, BetNacional, Mr. Jack, Parimatch, BetFast, Aposta Ganha, Liderança Capitalização, ZRO Bank, Propane, PAAG, Clear Sale, BetBox TV, StarsPay, WEpayments, 1xBet e PG Soft.
Recentemente, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou “providências urgentes” para lidar com a situação. O objetivo é evitar que os recursos destinados à assistência social sejam direcionados para apostas, agravando o endividamento das famílias mais vulneráveis.
Em abril deste ano, o Ministério da Fazenda já havia publicado uma portaria proibindo o uso de cartões de crédito para apostas de alíquota fixa, como apostas esportivas e jogos online. No entanto, pagamentos via Pix e cartões de débito permaneciam autorizados até o momento.
O Instituto Brasileiro do Jogo Responsável (IBJR), que conta com empresas como bet365, Betway e KTO, divulgou uma nota oficial apoiando qualquer ação governamental que impeça o uso de subsídios do Bolsa Família para apostas.
"O comprometimento do governo em proibir o uso de cartões de crédito e do Bolsa Família para transações de apostas reflete uma preocupação legítima com o endividamento da população vulnerável. Os membros do IBJR já se comprometeram voluntariamente a banir as transações com cartões de crédito em suas plataformas", afirmou a instituição em comunicado.
O IBJR também destacou a necessidade de “reavaliar as medidas pensadas até o momento sobre o uso do Pix” nas transações de apostas.