Em 2019, Fellipe Fraga estava frustrado com a carreira na advocacia e aceitou um convite de João André Gerçossimo (hoje CEO da EstrelaBet) para desenhar um projeto dentro do setor de apostas.
Cinco anos depois, ele comemoram uma história de sucesso com a EstrelaBet, que em 2024 se tornou bicampeã do SiGMA Awards Americas na categoria de Melhor Operador Brasileiro.
A bet faz parte do grupo de empresas que pediram a licença federal para operar apostas esportivas e jogos online. Agora, aguarda a resposta do Ministério da Fazenda para atuar no mercado regulamentado que começa a valer em 2025.
Como Chief Business Officer (CBO) da EstrelaBet, Fraga é responsável pela criação de novos negócios e pelo desenvolvimento de planos e estratégias de mercado.
Recentemente, o alto investimento em patrocínios no esporte, como da Seleção Brasileira de Futsal, da Seleção Brasileira de Beach Soccer, do time de basquete e futsal do Vasco e do fuutebol do Internacional de Porto Alegre, se expandiu para o entretenimento com o reality show musical “Estrela da Casa”, da TV Globo.
Em entrevista exclusiva ao Yogonet, Fraga afirma que a EstrelaBet pretende "expandir essa estratégia", além de discutir a regulamentação e o atual momento do mercado brasileiro.
Você acabou de voltar do SBC Summit Lisboa, um dos maiores eventos da indústria. Como foi a experiência para a EstrelaBet em termos de networking e negócios, e o que foi discutido no evento em relação ao futuro do mercado de jogos?
A experiência no SBC Summit Lisboa foi extremamente produtiva. Tivemos a oportunidade de fortalecer o relacionamento com nossos parceiros internacionais e, claro, discutir o futuro do mercado, que está cada vez mais voltado para a regulamentação e o jogo responsável.
Discutimos muito sobre inovação em tecnologia para oferecer uma experiência de jogo mais segura e envolvente para os usuários. A troca de experiências com outras empresas globais foi enriquecedora e nos ajuda a manter a EstrelaBet competitiva, com inovações e alinhada com as melhores práticas internacionais.
A partir de 1º de janeiro de 2025, começam a valer oficialmente todas as regras da regulamentação do setor de apostas de quota fixa. Como a EstrelaBet, que apresentou pedido de licença federal, está se preparando para atender às novas normas em termos de tributação, jogo responsável, meios de pagamento, etc?
Estamos preparados para essa nova era do mercado de apostas no Brasil. Estamos sempre ajustando nossas operações para garantir o cumprimento da regulamentação e também das portarias mais recentes. Em termos de tributação, reforçamos nossa equipe financeira para atender às exigências.
No que diz respeito ao jogo responsável, a EstrelaBet já oferece uma gama completa de ferramentas para garantir a proteção dos nossos usuários. Entre as opções, os apostadores podem estabelecer limitações temporárias de acesso — como pausas de 1 dia, 3 dias, 1 semana ou até 1 mês — ou optar pela autoexclusão, que pode ser aplicada por 6 meses ou por tempo indeterminado.
Também oferecemos o controle de limites de depósito, além de notificações automáticas para suspender o jogo em andamento, encerrar a sessão ou continuar jogando. Essas funcionalidades ajudam a promover uma experiência de aposta segura e controlada, em conformidade com as melhores práticas internacionais de jogo responsável.
Estamos totalmente alinhados com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Fazenda e fomos uma das primeiras empresas a solicitar a licença de operação sob a nova regulamentação. Acreditamos que a transparência e a responsabilidade são pilares fundamentais para um mercado de apostas saudável e sustentável.
Isso inclui não apenas a proteção dos jogadores, mas também a conformidade rigorosa com as regras publicitárias, de acordo com a Portaria SPA/MF nº 1.231 e o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. Nossos parceiros são orientados a seguir estritamente essas normas, e tomamos medidas proativas contra qualquer descumprimento das diretrizes do CONAR e da legislação vigente.
Em relação aos meios de pagamento, estamos em parceria com as principais plataformas do mercado, garantindo transações seguras, rápidas e eficientes para todos os nossos usuários exclusivamente por meio de Pix.
Nossa prioridade é oferecer um ambiente transparente, confiável e que proporcione uma experiência fluida e segura em todos os pontos de contato. Com isso, reforçamos nosso compromisso em contribuir para o desenvolvimento sustentável do mercado de apostas no Brasil, garantindo integridade e confiança em cada etapa da jornada do usuário.
Ainda sobre a regulamentação, como a empresa avalia as regras definidas pela lei 14.790 e pelas portarias? Acredita que todas as demandas foram atendidas ou há pontos específicos que deveriam ser aperfeiçoados ou revistos?
A Lei 14.790 e suas portarias representam um avanço significativo para o setor de apostas, atendendo a muitas das demandas essenciais. No entanto, como em qualquer processo de regulamentação, ainda há oportunidades para aperfeiçoamentos. Um ponto que requer atenção contínua é a simplificação dos processos burocráticos para obtenção de licenças, garantindo que tanto operadores locais quanto internacionais possam competir em condições justas.
Além disso, é fundamental que a sociedade se baseie em dados estruturados e concretos. Estamos lidando com um setor emergente, e é crucial que as discussões sobre sua evolução sejam embasadas em informações reais e precisas, em vez de estudos baseados em suposições. O equilíbrio entre dados confiáveis e regulamentação transparente será essencial para o crescimento sustentável e a credibilidade do mercado.
O crescimento no valor de apostas feitas no Brasil, que chegou à média de R$ 20 bilhões a cada mês em 2024, tem gerado críticas de diversos setores da sociedade. Como você vê esse cenário em pleno processo de regulamentação, e de que maneira as empresas podem contribuir para mudar essa imagem?
O crescimento das apostas no Brasil reflete o crescente interesse dos brasileiros por entretenimento e esportes, mas reconhecemos que isso também pode gerar preocupações. O papel de empresas como a EstrelaBet é operar de maneira responsável, fornecendo ferramentas que permitem aos jogadores fazerem apostas de forma consciente e segura. A regulamentação é um passo crucial para combater abusos e garantir que o mercado opere de maneira transparente e confiável.
Além disso, estamos investindo continuamente em campanhas de conscientização e no desenvolvimento de tecnologias que incentivam o jogo responsável. Acreditamos que este é um momento decisivo para separar as empresas sérias das oportunistas. Como em qualquer setor emergente, há casos de golpes sendo aplicados, especialmente em um mercado que operou sem regulamentação por tanto tempo. Há muitas bets que desejam operar com transparência e responsabilidade, ajudando a construir um ambiente seguro e sustentável para todos os envolvidos.
Outro ponto que tem marcado o ano de 2024 é a manipulação de resultados, inclusive com uma CPI dedicada ao tema no Senado. Esse é um problema que preocupa a EstrelaBet? Vocês têm algum acordo ou política de parceria com empresas de integridade para monitorar apostas suspeitas?
A manipulação de resultados é, sem dúvida, uma preocupação séria. A EstrelaBet tem uma política rigorosa em relação à integridade esportiva e trabalhamos em parceria com empresas e iniciativas especializadas em monitoramento de apostas, como a Genius Sports e a Sportradar, bem como mantemos diálogos próximos com entidades como International Betting Integrity Association (IBIA) a Associação Brasileira de Integridade no Esporte (ABRADIE).
Nossa tecnologia nos permite identificar rapidamente padrões de apostas suspeitas e tomar medidas para proteger a integridade dos esportes. Além disso, estamos em constante diálogo com federações e clubes, inclusive os que patrocinamos (Seleção Brasileira de Beach Soccer, Seleção Brasileira de Futsal, Internacional, Ponte Preta, América-MG, América-MG Futsal, Botafogo-SP, Criciúma, Clube de Regatas Brasil, Gurias Coloradas Internacional, Vasco Futsal, Spartanas América-MG, Vasco Basquete), para apoiar iniciativas que combatam a manipulação de resultados.
Na própria SBC, eu tive a oportunidade de representar as operações em um painel incrível que contou com entidades globais sérias como a GLI, International Tennis Integrity Association, ULIS, e DSWV; além, claro, da IBIA.
A EstrelaBet tem se destacado por fazer patrocínios variados no esporte e agora inovou seu portfólio ao colocar sua marca no novo reality show musical da TV Globo, o Estrela da Casa. Qual a estratégia comercial utilizada para definir os contratos, e quais os planos de expansão na área?
Nossa estratégia de patrocínio é sempre focada em associar a marca EstrelaBet a experiências de entretenimento que engajem o público. O esporte é uma das nossas principais vertentes, mas estamos sempre buscando novas formas de nos conectar com os brasileiros, como com o reality show musical “Estrela da Casa”, que traz uma proposta inovadora e aproxima a marca de um público mais amplo.
No futuro, pretendemos expandir essa estratégia, buscando novos formatos de entretenimento que possam agregar valor à nossa marca, tanto no esporte quanto em outras áreas culturais.
Caso queira acrescentar algo que não foi perguntado, fique à vontade.
Gostaria de destacar que estamos muito otimistas com o futuro do mercado de apostas no Brasil. A regulamentação trará mais segurança e transparência para todos, e a EstrelaBet está pronta para liderar essa nova fase. Nosso compromisso é com o jogo responsável e com a criação de uma experiência segura e divertida para nossos clientes, sempre mantendo a integridade do esporte como prioridade.