Nova CPI do Senado investigará possíveis associações das bets com o crime organizado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), autorizou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o impacto das apostas online no orçamento da população, possíveis associações com o crime organizado e com lavagem de dinheiro.

O requerimento foi assinado por 31 senadores, quantidade superior ao número mínimo de 27 assinaturas, informa o UOL.

O pedido de abertura da CPI foi feito pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) em meados de setembro, logo após a Operação Integration, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco em resposta às suspeitas de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais (como o jogo do bicho). 

Imagem: Roque de Sá/Agência Senado

A investigação levou o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, e a influenciadora Deolane Bezerra à prisão ‒ ambos já estão em liberdade e negam relação com qualquer atividade ilícita.

Pouco dias depois, dados do Banco Central apontaram gastos de R$ 20 bilhões em Pix para plataformas de apostas apenas no mês de agosto, dos quais R$ 3 bilhões teriam sido enviados por beneficiários do Bolsa Família. Há a preocupação de diversos setores, incluindo o Executivo e o Legislativo, com o possível aumento da dependência psicológica do jogo e com a saúde financeira das famílias. 

Os integrantes da CPI ainda precisam ser indicados e não há data para seu início. O colegiado será formado por 11 titulares e sete suplentes, com 130 dias de prazo para os trabalhos e limite de despesas de R$ 110 mil para as investigações. 

Essa é a segunda CPI em atividade no Senado relacionada ao setor: atualmente, já há uma comissão em atividade que investiga a manipulação de resultados e de apostas esportivas.