O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer que irá acabar com as bets se a regulamentação não trouxer resultados. Em sua fala, o mandatário citou preocupação com a prática de apostas online entre crianças e pessoas mais pobres.
“Na semana passada, eu tive uma reunião com 14 ministérios para discutir a questão das bets. E nós tínhamos uma opção: acabava definitivamente ou a gente regulava. Nós optamos pela regulação. Então, nós vamos ver se a regulação dá conta. Se a regulação der conta, está resolvido o problema. Se não der conta, eu acabo, para ficar bem claro, porque você não tem controle do povo mais humilde e criança com celular na mão fazendo aposta. Nós não queremos isso”, disse Lula na quinta-feira, 17 de outubro, em entrevista à Rádio Metrópole.
Confira abaixo a fala do presidente:
Lula já havia feito uma fala no mesmo sentido no dia 6 de outubro, reforçando que preferia resolver por meio da regulamentação. No início desta semana, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) também disse que o governo defenderia a proibição das bets se o resultado da regulamentação “não for bom”.
As declarações surgem em um contexto no qual o governo tem sido pressionado a conter os impactos negativos relacionados à expansão das bets no país.
Parte disso se deve à divulgação do dado segundo o qual beneficiários do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões em Pix para casas de apostas apenas no mês de agosto, segundo o Banco Central (BC). O estudo teve grande repercussão na imprensa e no meio político.
Há quem, no entanto, questione a metodologia usada pelo BC para chegar a esse número.
Em nota enviada à imprensa, a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) criticou a possibilidade de proibição das bets.
A entidade alega que os ministérios da Fazenda e do Esporte estão fazendo um bom trabalho na regulamentação do mercado de apostas. Na visão da entidade, isso “está surgindo efeito, haja vista o bloqueio dos sites irregulares e demais medidas que já foram tomadas”.
“A associação entende que qualquer declaração contrária à efetividade da regulamentação no Brasil beneficia apenas os sites que estão e desejam continuar à margem da lei, além de gerar um ambiente de insegurança jurídica para as operadoras que desejam trabalhar corretamente no país”, finaliza a nota.