A coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, afirmou que o senador Carlos Portinho (PL-RJ), membro da CPI da Manipulação de Partidas e Apostas Esportivas, estaria negociando uma delação premiada do empresário William Rogatto com o Ministério da Justiça.
Em depoimento à CPI no dia 8 de outubro, Rogatto fez graves denúncias sobre um suposto esquema de manipulação de resultados que envolveria pessoas dentro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), das federações, presidentes de clubes, árbitros e atletas.
Mesmo sem apresentar provas, suas declarações chamaram a atenção do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que acionou a Polícia Federal (PF) para investigar possíveis indícios de corrupção no esporte. O pedido de apuração partiu da Secretaria Nacional de Apostas Esportivas, do Ministério do Esporte.
Rogatto prometeu que entregaria provas e vídeos aos senadores e que aceitaria se encontrar com uma comitiva em Portugal, onde mora atualmente. Mas, segundo Portinho, os parlamentares não podem se reunir com o empresário sem que o prendam, já que ele tem três mandados de prisão em aberto no Brasil.
“O interesse público maior é entender essa teia dessa máfia de apostas. A gente está nesse momento de diligência com o Ministério da Justiça para buscar um acordo de delação premiada. É uma possibilidade. E tem a possibilidade de a gente ir em segurança à Europa e pegar depoimento e provas”, afirmou Portinho à coluna.
Rogatto afirmou que já "rebaixou 42 clubes no Brasil" e que atuou na corrupção de jogadores nos 26 estados da federação e no Distrito Federal.
Apesar da gravidade das acusações, a imprensa esportiva e profissionais do futebol diminuíram o impacto das falas. Ao blog Drible de Corpo, do Correio Braziliense, o consultor de integridade do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Schmitt, afirmou que há inconsistências e generalizações exageradas nas declarações de Rogatto.