Uma pesquisa simples no Google revela que páginas de órgãos públicos continuam sendo usadas indevidamente para redirecionar usuários a plataformas de apostas. Essa situação já havia repercutido na imprensa no ano passado e, em meio ao avanço da regulamentação e ao bloqueio de bets ilegais pelo governo, continua acontecendo.
Ao digitar “Fortune Tiger” no buscador, por exemplo, o usuário encontra, logo nas primeiras opções da aba de notícias, um link que aparenta ser da Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura.
O link que usa o nome e a identidade da Defesa Agropecuária traz a chamada “como mudar a chave pix do jogo Fortune Tiger” e redireciona o usuário para uma plataforma que não está na lista de bets autorizadas pelo Ministério da Fazenda.
A mesma plataforma ilegal aparece em um link da prefeitura de Hortolândia (SP). Outros órgãos públicos que também estão tendo seus sites usados de maneira indevida são a prefeitura de Franca (SP), Agência Brasília, Universidade Federal Rural de Pernambuco, a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, entre outros.
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Segundo o g1, esse tipo de ação se chama defacement, cuja tradução ao português é “desfiguração”. Trata-se de uma técnica que usa brechas em servidores da internet para adulterar o conteúdo de sites, mesmo que o invasor não seja o administradour ou não tenha a senha para logar na página.
"O risco está no ato de clicar na publicidade maliciosa e interagir com ela de qualquer forma, seja fazendo uma compra, uma aposta ou baixando algum arquivo advindo dela. O mero ato de aparecer na tela por si só não é um risco relevante", explica Thiago Ayub, diretor de tecnologia da empresa de telecomunicações Sage Networks, em matéria publicada pelo g1 em 2023, quando o problema já havia sido identificado.