A operação deflagrada pela Polícia Federal, que teve como alvo principal o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, suspeito de ter forçado um cartão amarelo em uma partida do Brasileirão para favorecer apostas realizadas por parentes e amigos, destaca a eficácia das ações de combate às fraudes no mercado de apostas esportivas, em fase de regulamentação no Brasil, pontuou editorial do O Globo nesta quarta-feira, 6 de novembro.
O episódio investigado ocorreu em 1º de novembro de 2023, em uma partida entre Flamengo e Santos, realizada em Brasília, que terminou com vitória do clube paulista por 2 a 1. Nos acréscimos do segundo tempo, Bruno Henrique recebeu o cartão amarelo após cometer uma falta e, logo em seguida, foi expulso por ofender o árbitro, conforme a súmula do jogo.
Além do jogador, estão sob investigação seu irmão, cunhada, uma prima e outros indivíduos de Belo Horizonte, cidade natal de Bruno Henrique. A operação, que mobilizou mais de 50 agentes, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao Flamengo.
Empresas de apostas contratadas pelas federações rastreiam apostas suspeitas globalmente, e, embora nem todos os casos sejam detectados, a investigação do episódio envolvendo Bruno Henrique mostra a importância desses sistemas de monitoramento. As empresas de apostas, os clubes e as federações são as partes mais interessadas em coibir as fraudes, visto que elas prejudicam a integridade do mercado de apostas e a confiança no esporte. Para evitar que o público perca a fé no futebol, é crucial que as autoridades continuem monitorando e punindo esse tipo de crime, afirma o editorial.
Com o crescimento das apostas esportivas, casos de manipulação de resultados têm se tornado frequentes em várias partes do mundo, conforme lembra o editorial de O Globo. O jogador Lucas Paquetá, ex-Flamengo e atualmente no West Ham, está sendo investigado pela Federação Inglesa de Futebol sob suspeita de ter deliberadamente recebido cartões amarelos em jogos da Premier League para beneficiar apostadores. Outro caso semelhante é o do atacante Luiz Henrique, do Botafogo, que está sendo investigado na Espanha por suposta manipulação de resultados para fraudar apostas esportivas.
As suspeitas ganharam destaque no Brasil no ano passado, com a descoberta de um esquema organizado de manipulação de partidas, no qual jogadores eram cooptados para cometer pênaltis ou receber cartões de maneira intencional, lembra O Globo. As investigações do Ministério Público de Goiás, onde o esquema foi desmantelado, revelaram fraudes que incluíam times da Série B e clubes da elite do futebol nacional.