Durante um simpósio promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo (OAB SP) na terça-feira, 5 de novembro, o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF), Regis Dudena, reforçou o papel das operadoras na promoção do jogo responsável.
“A regulação tem como endereçado o agente de apostas. Ele é o primeiro controlador da sua interação com os apostadores. Temos operadores dispostos a fazer as coisas dentro da lei, outros dispostos a exaurir os recursos dos apostadores e também aqueles dispostos a fraudes. Os que ficarem terão deveres: é dever do operador ter uma política de jogo responsável, que vai ser avaliada”, disse Dudena, segundo o Jornal da OAB.
A portaria 1.231, publicada pela Fazenda em julho, trata justamente do tema do jogo responsável, estabelecendo práticas a serem seguidas pelas casas de apostas.
Entre elas, estão:
Os operadores deverão possibilitar aos apostadores a adoção de limite prudencial de aposta por tempo transcorrido, perda financeira, valor total depositado ou quantidade de apostas, com a possibilidade de vincular tais limites a períodos diário, semanal, mensal ou outros períodos;
Deve haver ainda a opção pela programação, no sistema de apostas, de alertas ou de bloqueios de uso, conforme o tempo transcorrido na sessão do apostador, além da adoção de períodos de pausa, nos quais o apostador terá acesso, mas não poderá apostar em sua conta e solicitação de autoexclusão, por prazo determinado ou de forma definitiva, em que o apostador terá sua conta encerrada, só podendo voltar a registrar-se após finalizado o período definido;
As empresas operadoras devem indicar os canais de atendimento e de ouvidoria para os apostadores, que devem ser acessíveis pela internet, inclusive para orientar indivíduos com risco de dependência e de transtornos do jogo patológico e seus familiares quanto à obtenção de ajuda e tratamento;
Caso o apostador peça aumento nos limites prudenciais ou suspensão dos períodos de pausa, as mudanças somente poderão ser implementadas pelo agente operador de apostas após vinte e quatro horas a partir da solicitação, desde que não viole a política de jogo responsável.
Em outro momento do simpósio na sede da OAB SP, Dudena afirmou que existia uma desconfiança se a SPA conseguiria cumprir todos os prazos de publicação das portarias no período previsto.
“O Estado Brasileiro está se preparando para ter um órgão regulador e ter um aparato para lidar com o setor de jogos. A partir de 11 temas previstos na agenda regulatória, criamos dez portarias e existia uma certa desconfiança de que não seria cumprido o prazo determinado lá atrás, mas foi”, acrescentou Dudena.