Preso pela Interpol em Dubai na última sexta-feira, 8 de novembro, o empresário William Rogatto foi convocado para depor novamente na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado.
"Está sendo extraditado e logo vai ser ocupante do Complexo Penitenciário da Papuda, neste Distrito Federal. E, no dia seguinte, virá a uma sessão nossa, extraordinária, da CPI. Quando aqui chegar, ele vai ter a oportunidade de reafirmar presencialmente tudo o que declarou por videoconferência à nossa CPI e apresentar as provas", afirmou o presidente da comissão e autor do pedido de convocação, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), segundo a Rádio Senado.
"William Pereira Rogatto é descrito pelo MPDFT [Ministério Público do Distrito Federal e Territórios] como alguém que 'se apresenta como empresário de atletas, mas que tem operado na clandestinidade como manipulador profissional mediante a cooptação de jogadores, a venda de resultados arranjados e a realização de apostas'", diz um trecho do requerimento de convocação apresentado por Kajuru.
As declarações de Rogatto em seu primeiro depoimento, em outubro, ganharam as manchetes nacionais pela gravidade das afirmações. Por videoconferência, ele afirmou já ter feito R$ 300 milhões com o rebaixamento de "42 clubes no Brasil" e que teria atuado na corrupção de jogadores nos 26 estados da federação e no Distrito Federal, o que lhe valeu o apelido de "Rei do Rebaixamento".
Rogatto também disse que existe uma grande máfia da manipulação que envolve pessoas dentro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), das federações, presidentes de clubes, árbitros e atletas.
As acusações, no entanto, foram descritas como "falácias" e "inconsistentes" por profissionais do setor e jornalistas, já que o empresário não apresentou nenhuma prova. A data do novo depoimento de Rogatto ainda não foi anunciada.
Série B do Carioca
Nesta segunda-feira (11), Rogatto foi um dos alvos da Operação VAR da Polícia Civil do Rio de Janeiro, por suspeitas de manipulação de resultados na série B do campeonato Carioca.
As investigações tiveram início após uma solicitação formal da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), que apontou resultados suspeitos na segundona carioca envolvendo os clubes Nova Cidade, Belford Roxo, São José, Brasileiro e Duquecaxiense.