Em depoimento prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta terça-feira, 26 de novembro, o ex-jogador de futsal e empresário Bruno Lopez de Moura admitiu envolvimento em um esquema de manipulação de resultados esportivos. Contudo, negou ser o líder de uma organização criminosa, divulgou a Agência Senado.
Durante o interrogatório feito por videoconferência, Lopez mencionou os nomes dos jogadores Luiz Henrique, do Botafogo, e Lucas Paquetá, do West Ham, mas afirmou não ter certeza da participação dos atletas no esquema.
“Uma terceira pessoa me informou que poderia apostar nesses nomes [para levar cartão amarelo]. Foi o que fiz, e os resultados aconteceram como previsto, mas não posso afirmar se foi proposital ou não”, disse em depoimento.
Lopez é investigado na Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás, que apura manipulações em jogos do Campeonato Brasileiro. Segundo as investigações, o empresário selecionava jogadores para cometer atos como faltas, pênaltis ou expulsões, permitindo ganhos milionários em plataformas de apostas.
“As operações financeiras e contato direto com os atletas não eram feitos por mim, mas por pessoas acima na hierarquia do esquema”, afirmou Lopez.
Em depoimento, Lopez sugeriu que proibir apostas em eventos específicos, como cartões amarelos, seria uma forma eficaz de dificultar a manipulação de jogos. “Se tirarem essa opção das plataformas, já ajudaria muito, porque é muito fácil combinar com o jogador para ele levar um cartão”.
Em depoimento realizado em outubro, o empresário William Rogatto também fez declarações similares sobre a manipulação de resultados no futebol brasileiro
Sem apresentar provas, ele afirmou que já "rebaixou 42 clubes no Brasil', e que atuou na corrupção de jogadores nos 26 estados da federação e no Distrito Federal. Posteriormente, Rogatto foi preso pela Interpol em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.