POSSÍVEL ESQUEMA CRIMINOSO

Beneficiários do Bolsa Família são usados como "laranjas" para abrir empresas de bets

Imagem: divulgação
03-12-2024
Tempo de leitura 1:18 min

Uma reportagem do jornal Estadão apontou a existência de um possível esquema de fraude envolvendo empresas recém-abertas por beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, que buscam autorização para operar sites de apostas no Brasil.

 Ao todo, 18 empresas suspeitas foram registradas no sistema federal. Para obter a licença de operação, cada empresa deve desembolsar R$ 30 milhões pela outorga, levantando suspeitas sobre a origem dos recursos e a legitimidade dos cadastros.

Conforme as regras do Bolsa Família, os beneficiários precisam comprovar baixa renda para acessar o programa. A ligação de pessoas nessa condição a um setor bilionário como o das apostas online sugere o uso de “laranjas” por organizações que buscam fraudar o sistema. O Ministério da Fazenda, que tem até 150 dias para analisar os pedidos, afirmou que poderá acionar órgãos de investigação caso sejam detectadas irregularidades.

Esquema das “bets chinesas”

A reportagem do Estadão revelou que fraudadores internacionais — apelidados de “bets chinesas” — estão aliciando brasileiros para abrir empresas de fachada e registrá-las no Sistema de Gestão de Apostas (Sigap). Os documentos protocolados no ministério são usados para dar aparência de legalidade a sites de apostas irregulares, antes mesmo de os pedidos serem analisados.

Um dos suspeitos, que se apresentou como de nacionalidade chinesa ao Estadão, admitiu ter aliciado brasileiros para abrir pelo menos 33 empresas fictícias entre as cerca de 180 registradas no Sigap.

Histórias de vítimas e aliciados

Joana (nome fictício), de São José dos Pinhais (PR), é mãe solteira de três filhos e recebe o Bolsa Família. Recentemente, ela descobriu que seu nome foi usado para abrir uma empresa de “consultoria” em Manaus, cuja documentação foi protocolada no Ministério da Fazenda poucos dias depois.

“Eu não reconheço essa empresa. Estou sem entender nada, estou perdida. Nem sei abrir uma empresa”, afirmou a mulher em entrevista ao Estadão.

O Ministério da Fazenda reforçou que a autorização para operar apostas online depende de documentação robusta e análise rigorosa

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