O vice-presidente da CPI das Bets, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentou na segunda-feira, 16 de dezembro, uma representação solicitando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue suspeitas de um esquema de extorsão a empresários do setor de apostas. As denúncias surgiram na semana passada, após reportagem da Veja revelar a possível atuação do lobista Silvio Assis para extorquir donos de casas de apostas.
Após uma discussão durante uma sessão da comissão no dia 3 de dezembro, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e a relatora Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmaram que há pedidos de dinheiro a empresários por parte do lobista e de um senador (cujo nome não foi divulgado), com a promessa de evitar convocações na comissão.
Segundo a Veja, após o bate-boca, Ciro procurou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para informá-lo sobre algo “muito grave” que estaria se passando nos bastidores da CPI.
A reportagem destacou que informações sobre o suposto esquema foram encaminhadas à presidência do Senado e estão em posse da Polícia Federal (PF). De acordo com as suspeitas, Silvio Assis teria pedido R$ 40 milhões a um empresário do setor para evitar sua convocação a prestar depoimento na CPI das Bets. O lobista negou qualquer envolvimento. “Isso é uma falácia”, declarou Assis.
A representação de Vieira enfatiza que, se confirmadas as acusações, os agentes privados envolvidos poderão responder pelo crime de extorsão. “Exigir o pagamento de quantias vultosas para evitar que empresários sejam convocados a prestar depoimento em CPI é conduta apta a configurar aludido crime”, escreveu o senador.
Vieira também alertou que, caso entes públicos estejam envolvidos, os políticos poderão ser responsabilizados pelos crimes de extorsão e improbidade administrativa. Para o senador, a gravidade das acusações exige uma investigação imediata. “Os potenciais fatos relatados, em razão de sua inequívoca gravidade, merecem uma investigação imediata por parte desta PGR, de sorte que, caso confirmados, sejam adotadas as providências necessárias para a responsabilização dos agentes – públicos e privados – supostamente envolvidos”.